O pastor Silas Malafaia revelou que lideranças evangélicas entregaram ao presidente Jair Bolsonaro uma lista tríplice para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), que não foi acolhida pelo presidente na primeira indicação. Foram sugeridos os nomes do advogado e desembargador aposentado Jackson di Domenico, do integrante do Ministério Público Federal em Brasília José Eduardo Sabo Paes e do juiz federal William Douglas.
Segundo Malafaia, o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, que é pastor evangélico, nem precisava estar nessa lista por já ser próximo do presidente. Malafaia afirmou que 95% das lideranças evangélicas referendaram a lista e disse que a maior parte apoiava William Douglas.
O líder neopentecostal afirmou que tomou conhecimento prévio de que a primeira indicação ao Supremo não ficaria com alguém “terrivelmente evangélico”, como havia dito o presidente. “Eu não fiz nenhum questionamento, eu entendi”, disse Malafaia ao ser informado por Bolsonaro.
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O pastor também criticou o fato de Bolsonaro ter virado cabo eleitoral e advogado de indicado ao STF. “A biografia do indicado é que lhe defende. O presidente não pode descer a esse nível, é ridículo. ri-dí-cu-lo”, disse. Ele também afirmou que o presidente não pode errar nessa indicação, dado que os ministros podem permanecer na função até os 75 anos, quando a aposentadoria é compulsória.
Malafaia voltou a dizer que seu apoio ao presidente não o impede de fazer críticas. “Sou aliado e não alienado. Não sou puxa-saco e não idolatro o homem. Adoro a Deus, acredito em homens e não confio cem por cento em homem nenhum”, pontuou. “O único que não pode ser criticado é Deus, todos nós somos passíveis de críticas”, completou.
O vídeo foi postado no canal de Malafaia na noite de ontem. Veja a íntegra:
PublicidadeNa tentativa de se retratar com o grupo evangélico, que integra sua base eleitoral e parlamentar, Bolsonaro vem dizendo que já reservou a segunda indicação para um pastor. A vaga será aberta em julho de 2021, em decorrência da aposentadoria do ministro Marco Aurélio.
Em culto em homenagem a um líder da Assembleia de Deus em São Paulo, Bolsonaro rebateu críticas que tem recebido no meio evangélico por ter indicado para o lugar do ministro Celso de Mello o desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Lideranças religiosas do segmento não consideram o desembargador conservador e o associam à esquerda.
“Alguns um pouco precipitados achavam que devia ser a primeira vaga do STF. Será a segunda em julho do ano que vem. Mais que um terrivelmente evangélico, será um pastor. Imagine a sessão daquele Supremo começar com uma oração. Tenho certeza que isso não é mérito meu. É a mão de Deus”, afirmou Bolsonaro na noite de segunda-feira (5), durante as comemorações do aniversário do pastor José Wellington, de 86 anos, líder da Assembleia de Deus Ministério do Belém, na capital paulista.
Malafaia afirmou que ele mesmo sugeriu ao presidente que fizesse o aceno público aos evangélicos e indicasse que a segunda vaga no Supremo está reservada para um representante do grupo. Ele também voltou a fazer críticas a Nunes, questionando sua relação com gestões petistas e uma tese do desembargador que ele considerou conter opinião dúbia sobre o aborto, tema caro aos evangélicos.
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