Em entrevista à Globo News, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, se pronunciou sobre a expectativa de uma nova reforma ministerial para 2025. De acordo com ele, ao contrário do que se especulava anteriormente, de reforma após a eleição das novas mesas diretoras no Congresso no início de fevereiro, o plano do presidente Lula é realizar eventuais substituições antes do dia 21.
“Há um indicativo do presidente de que (…) ele quer fazer eventuais mudanças ainda esse mês, daqueles que serão feitos, até para que quem entrar possa ter mais tempo de fazer as alterações que o presidente espera. Nós teremos uma reunião de ministérios no dia 21, e eventualmente [as] alterações, se o presidente assim decidir, podem ser feitas antes da reunião ministerial”, declarou.
A necessidade de uma reforma ministerial se impõe principalmente diante das dificuldades enfrentadas no relacionamento com o Congresso Nacional no segundo semestre de 2024: o PSD, um dos principais partidos da base, está insatisfeito por receber o Ministério da Pesca, que conta com baixo orçamento e uma atuação bastante limitada. A situação se agrava diante do cerco judicial à distribuição de emendas parlamentares, principal moeda de troca do Executivo com parlamentares sem alinhamento ideológico.
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A possibilidade também ganha força com a iminência das eleições para os novos presidentes da Câmara e Senado, que ganham um novo desenho em sua gestão, impondo ao governo uma aproximação mais intensa com os partidos que vão assumir as novas chefias. Até o momento, os preferidos são o Republicanos, de Hugo Motta (Republicanos-PB), e o União Brasil, de Davi Alcolumbre (União-AP).
Rui Costa reconhece também que a proximidade do período eleitoral impõe certas substituições. “O mais importante é que nós consigamos comunicar e fazer as entregar à população daquilo que nós prometemos, isso é o mais importante. Acho que o presidente está refletindo, e eventuais mudanças ele fará naquilo que ele entende que precisa ser aperfeiçoado para entregar à população em 2026 o que ele se comprometeu”
A mais recente troca ministerial foi parte desse processo: o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, foi substituído por Sidônio Palmeira, ex-coordenador de campanha do presidente Lula. A decisão aconteceu em meio tanto a críticas de outros ministros à gestão de Pimenta quanto da necessidade de concentrar esforços na comunicação digital, da qual o novo chefe da pasta possui familiaridade.