O presidente Lula se reuniu nesta terça-feira (14) com 19 ministros para tratar da questão social e o balanço dos primeiros 100 dias de governo. Em seu discurso de abertura, o presidente pediu para que os ministros não realizem anúncios sem que as políticas estejam acordadas com a Casa Civil.
Confira a fala:
“É importante que nenhum ministro e nenhuma ministra anuncie publicamente qualquer política pública sem ter sido acordado com a Casa Civil. Que é quem consegue fazer que a proposta seja do governo. Nós não queremos propostas de ministros. Todas as propostas de ministros deverão ser transformadas em propostas de governo”, afirmou o presidente.
Segundo Lula, o objetivo é evitar “anunciar alguma coisa que não vai acontecer”. O principal ponto do petista é que as decisões precisarão passar por decisões econômicas, com o aval dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet.
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“Vocês terão todo o apoio, combinando com o Haddad, com a Simone, que são as pessoas que cuidam do caixa do governo. Para que a gente não erre, para que a gente não prometa aquilo que não pode cumprir, para que a gente faça apenas aquilo que está dentro da nossa possibilidade. E que se tiver que arriscar em alguma coisa, a gente arriscar com viés de acerto acima de uns 80%”, destacou.
O presidente afirmou que citaria alguns exemplos no início da reunião privada de casos que já ocorreram e que “não podem voltar a acontecer”. Logo no início do governo, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, tornou-se o protagonista da primeira saia justa da nova era Lula. Ao tomar posse, o presidente do PDT propôs a realização de uma “antirreforma” da Previdência. Seria a retomada de antigas regras previdenciárias derrubadas pela reforma aprovada no primeiro ano do governo Bolsonaro.
No entanto, a “antirreforma” não havia sido combinada com o governo. O tema foi debatido na primeira reunião ministerial do governo, no dia 6 de janeiro. Recentemente, os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e de Portos e Aeroportos, Márcio França, também fizeram anúncios sem o consenso do governo.
Marinho defendeu o fim da modalidade do saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), afirmando que seria extinto. No entanto, o ministro recuou e disse que o tema seria foco de um “amplo debate”.
Já França afirmou em entrevistas na última semana que o governo avaliava um programa para conceder passagens aéreas no valor de R$ 200 para aposentados, estudantes e servidores públicos. O próprio ministro confirmou que o governo ainda não concordou com a ideia.