O presidente fez nesta quarta-feira (11) seu mais duro pronunciamento em relação à guerra entre Israel e o grupo extremista islâmico Hamas. Pela primeira vez, Lula citou o nome do Hamas em uma nota pública ao condenar os bombardeios em Israel e na Faixa de Gaza e, sobretudo, os ataques a crianças e mulheres. Ele defendeu que a Organização das Nações Unidas (ONU) e a comunidade internacional promovam uma “intervenção humanitária internacional” e pressionem por um urgente cessar-fogo. “É preciso que haja um mínimo de humanidade na insanidade da guerra”, disse o presidente (veja a íntegra da nota mais abaixo).
Lula vinha sendo criticado pela oposição pela forma com que vinha tratando o assunto. Ele não havia mencionado o grupo extremista islâmico em manifestações anteriores. Seguindo a posição da ONU, o Brasil não reconhece o Hamas como um grupo terrorista.
Veja a íntegra da nota do presidente brasileiro:
“Apelo do Presidente Lula em defesa das crianças palestinas e israelenses Quero fazer um apelo ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, e à comunidade internacional para que, juntos e com urgência, lancemos mão de todos os recursos para pôr fim à mais grave violação aos direitos humanos no conflito no Oriente Médio. Crianças jamais poderiam ser feitas de reféns, não importa em que lugar do mundo. É preciso que o Hamas liberte as crianças israelenses que foram sequestradas de suas famílias. É preciso que Israel cesse o bombardeio para que as crianças palestinas e suas mães deixem a Faixa de Gaza através da fronteira com o Egito. É preciso que haja um mínimo de humanidade na insanidade da guerra. É urgente uma intervenção humanitária internacional. É urgente um cessar fogo em defesa das crianças israelenses e palestinas. O Brasil, na presidência provisória do Conselho de Segurança da ONU, se juntará aos esforços para que cesse de imediato e em definitivo o conflito. E continuará trabalhando pela promoção da paz e em defesa dos direitos humanos no mundo.
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Presidente do Brasil”
O governo federal tomou conhecimento do relato do Exército israelense de que há cidadãos com nacionalidade brasileira entre os reféns do Hamas, mas ainda não confirma a informação.
Publicidade“Recebemos essa informação também. Estamos tentando confirmá-la, mas não temos confirmação de que existe refém de nacionalidade brasileira. Estamos buscando essa confirmação”, disse em entrevista coletiva nesta quarta-feira (11) o secretário de África e Oriente Médio do Itamaraty, embaixador Carlos Sérgio Duarte.
Mais cedo o porta-voz do Exército de Israel, Jonathan Conricus, informou que brasileiros estão entre os reféns do Hamas na Faixa de Gaza. Segundo ele, também estão sob o domínio do grupo extremista cidadãos de países como Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Argentina e Ucrânia. Conricus declarou ainda que o resgate na região “não é apenas de Israel, mas de muitos outros governos democráticos no mundo”.
Até agora dois brasileiros de 24 anos morreram no conflito: o gaúcho Ranani Glazer e a carioca Bruna Valeanu. A brasileira Carla Stelzer Mendes, de 41 anos, continua desaparecida. Ela tem um filho de 19 anos que serve no Exército israelense.