O presidente Lula voltou a criticar a chamada “taxação das blusinhas”, prevista em projeto aprovado pelo Congresso, mas indicou que não vetará a proposta. “Houve um acordo e eu assumi o compromisso com o Haddad de que eu aceitaria colocar o PIS/Cofins para a gente colocar que daria mais ou menos 20%. Estou fazendo isso pela unidade do Congresso, do governo e das pessoas que queriam, porque eu, pessoalmente, acho equivocado”, disse o petista em entrevista à rádio CBN.
Para Lula, a medida é “uma falta de consideração com os mais humildes”. Segundo ele, é desnecessário taxar compras de até US$ 50 se não há qualquer porcentagem sobre as compras internacionais que chegam a US$ 1.000 feitas por pessoas com melhores condições financeiras que viajam ao exterior.
O presidente declarou ter tido conversas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, acerca do assunto e expressou suas divergências ao vetar o projeto de lei inicialmente.
Ao falar sobre as queixas dos empresários do setor de varejo, Lula disse que as compras feitas por essas pessoas não estão atingindo as lojas que estão reclamando de eventuais prejuízos sem a taxação. “Tem que provar que tem prejuízo. Eles nem discutem com o governo, vão direto nos deputados e pedem para fazer uma emenda. Essa ‘emenda da blusa’ entrou no Programa Mover que não tinha nada a ver com isso, foi um ‘jabuti’ colocado no Congresso Nacional.”
Por outro lado, o presidente também declarou ser necessário levar a sério reclamações de certos setores empresariais, como a indústria automobilística e a construção civil, a fim de que a produção volte a alavancar.