Jair Bolsonaro se esquivou de fazer qualquer comentário a respeito da marca de 400 mil mortes pela covid-19 no Brasil, alcançado nesta quinta-feira (29). Durante sua live semanal nesta quinta, o presidente lamentou uma única morte – a de Levy Fidélix, presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB), falecido no último sábado (24).
O dirigente partidário de extrema-direita, conhecido por suas posições homofóbicas e por sua ideia do Aerotrem, Fidélix foi lembrado por Bolsonaro como uma pessoa que também dividia com ele o pensamento conservador. “Perdemos uma pessoa que vai deixar saudades em todos nós”, disse Bolsonaro, se referindo ao dirigente do mesmo partido do general Hamilton Mourão, vice-presidente da República. Fidélix estava internado desde março pela covid-19.
A marca de 400 mil mortos, fruto em grande parte da inação do próprio governo federal, é um dos principais objetos da CPI da covid, instalada essa semana no Senado Federal. Apesar de todos os ex-ministros da Saúde de Bolsonaro estarem escalados juntos com o atual titular, Marcelo Queiroga, para depor na semana que vem, o presidente buscou dar certo ar de normalidade à investigação.
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“Não estamos preocupados com essa CPI”, disse, antes de criticar novamente o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a abertura da comissão após o requerimento ter conseguido o número necessário de apoio entre senadores.
O foco da fala do presidente foi uma série de assuntos caros a ele e seu eleitorado: exploração de nióbio e minérios em terras indígenas (a fala foi acompanhada de dois indígenas e do presidente da Fundação Nacional do Índio Marcelo Xavier), além de uma ação do diretor da Ceagesp, Ricardo Mello Araujo, enviando alimentos à cidade de Araraquara – que diminuiu o número de casos e mortes por covid-19 graças a um rigoroso lockdown.
O presidente anunciou que irá inaugurar uma ponte entre os estados de Rondônia e Acre na próxima semana, e também revelou ter o desejo de aterrisar, de helicóptero, em algum garimpo. “Mas não é para prender ninguém”, revelou. “Eu quero conversar com o pessoal, ver como ele vive lá, para ter uma noção do quanto sai de ouro lá”. O objetivo seria, segundo o presidente, regularizar a atividade e colocar uma agência da Caixa Econômica próximo a mina, para comprar o minério extraído.
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