O elevado número de pacientes com covid-19 em busca de atendimento médico e a falta de leitos de UTI levaram os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) a trocar acusações e ameaças. Ibaneis ameaçou nessa terça-feira (23) fechar a divisa entre o DF e Goiás, afirmando que é necessário que o governador do estado vizinho cuide da população do entorno do DF. “Preciso que o governador de Goiás cuide da nossa população. Senão, fecharemos a divisa”, disse o emedebista ao site Metrópoles.
Caiado reagiu. Segundo ele, diante de um momento tão delicado vivido por todos, em que a maioria dos governadores se une para ajudar os que mais necessitam, a declaração de Ibaneis causa “repúdio” e “nojo”. Ele disse ainda que isso evidencia a “falta de empatia” e “egoísmo” do chefe do Executivo distrital. Segundo constitucionalistas, uma unidade federativa não tem competência para restringir a circulação de cidadãos de outra unidade.
A atitude evidencia a sua falta de empatia, além de um grande egoísmo e desrespeito pela vida. Como governador, nunca fiz contas de quantas pessoas já atendi nem o seu local de origem. Defendo a vida, acima de tudo.
— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) February 23, 2021
Já cedi medicamentos ao Amapá, recebi pacientes manauaras, atendi pacientes do DF nos hospitais de campanha que montamos em Luziânia e em Formosa com o mesmo respeito que temos pelas vidas dos goianos.
— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) February 23, 2021
Recebi o Estado com 3 cidades com leitos de UTI: Goiânia, Anápolis, Aparecida. Mas criei novos leitos em 18 macrorregiões, incluindo Luziânia e Formosa. A declaração do governador Ibaneis não condiz com o pensamento de quem mora em Brasília.
— Ronaldo Caiado (@ronaldocaiado) February 23, 2021
Ibaneis disse que muitos pacientes de cidades goianas nos arredores da capital federal acabam buscando atendimento no Distrito Federal. “O governo de Goiás está negligenciando seus pacientes. Sem leitos e hospitais, transfere a obrigação de cuidar de sua população a nós, do DF. Não me furto a essa missão, mas está chegando a um ponto em que a gente precisa chamar a atenção do governador”, afirmou o governador. Grande parte dos moradores das cidades goianas do Entorno do DF trabalha em Brasília. São as chamadas cidades-dormitórios.
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