Na primeira entrevista concedida após ser confirmado pelo presidente eleito Lula como futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) defendeu o estabelecimento de uma nova regra fiscal, em substituição ao teto de gastos, a retomada de acordos internacionais e a reforma tributária como prioridades do início de sua gestão, em 2023.
“O importante é a gente ter uma agenda para 2023 forte, recuperar os acordos internacionais, que estão parados, sobretudo União Europeia, a questão do arcabouço fiscal e da reforma tributária, como grandes movimentos nossos, faremos todos”, disse.
Haddad afirmou que vai começar a definir seus secretários na próxima semana em acordo com o próximo ministro do Planejamento. Em coletiva nesta sexta, quando anunciou seus cinco primeiros ministros, Lula destacou que o próximo titular do Planejamento terá afinidade com Haddad para que as duas pastas possam trabalhar em parceria.
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“Preciso combinar com o ministro do Planejamento para a gente ter uma equipe coesa. Eu não fiz convites formais ainda, mas eu já sondei muita gente”, declarou o ex-prefeito de São Paulo.
Em sua campanha, Lula disse que, se eleito, acabaria com o teto de gastos, principal regra das contas públicas atualmente. O texto da chamada PEC da Transição, aprovada esta semana pelo Senado, também estabelece prazo para o governo enviar a proposta de uma nova âncora fiscal ao Congresso.
O futuro ministro da Fazenda também rebateu o rótulo de “gastador”, com o qual tem sido associado por setores do mercado. Ele lembrou que, durante sua gestão, a prefeitura de São Paulo obteve “grau de investimentos” das agências de classificação de risco, um tipo de selo de boa gestão nas contas públicas.
“Olhe para o ‘investment grade‘ da prefeitura de São Paulo, fui o primeiro prefeito a conseguir o grau de investimento no país. Se você não olhar para a trajetória da pessoa, você vai cair em fake news. Pra que mais fake news? A etapa da fake news já acabou”, afirmou.
Além de Haddad, também foram confirmados como futuros ministros nesta sexta-feira Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), Rui Costa (Casa Civil), Mauro Vieira (Relações Internacionais) e José Múcio (Defesa).