Rafael Neves
especial para o Congresso em Foco
O futuro gabinete de Jair Boslonaro (PSL) ainda não decidiu o que o governo fará com a Fundação Nacional do índio (Funai), órgão que cuida das políticas para os povos indígenas do país.
Nesta quarta-feira (5), dois futuros ministros (Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, e Osmar Terra, da Cidadania), deram versões diferentes para o que deve ser feito com a estrutura: Moro especulou que ela ficaria em sua própria pasta, a Justiça, enquanto Terra afirmou que ela pode acabar indo para Direitos Humanos ou, ainda, para a Secretaria de Governo.
Antes, já se havia trabalhado com a possibilidade de a Funai ficar no Ministério da Agricultura ou o da Cidadania. Moro disse no início da tarde, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde trabalha a equipe de transição, que “ainda está sendo discutido” o destino do órgão. “Ainda está indefinido. Pode ser até que fique no Ministério da Justiça, pode ser que saia”, disse o ex-juiz da Lava Jato.
Terra garantiu, horas mais tarde, que “não vê problema” se a pasta dele, a Cidadania, ficar com a Funai, mas disse que ela já está com muitos temas importantes: unificou as pastas de Desenvolvimento Social, Cultura e Esporte, e também ficará com a secretaria do Trabalho (que será extinto) que cuida de economia solidária.
“É um tema específico, de muita relevância para a sociedade”, afirmou Terra.
Publicidade“Acho que tem vários lugares em que ela [Funai] pode ficar”. Os povos indígenas “têm que ter uma forma de renda”, diz o futuro ministro. “Eu acho que os índios têm que poder plantar. Eu vejo nas reservas do Rio Grande do Sul, que eu conheço mais, as reservas quase não têm plantio, são de mata nativa”, acrescentou.
A Funai foi procurada pelo Congresso em Foco para comentar sobre o futuro do órgão, mas não quis se manifestar.
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