O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto nesta quarta-feira (18) que o governo não vai bloquear recursos do orçamento durante o período do alastramento do coronavírus.
Estava previsto o contingenciamento de R$ 37 bilhões, o que não ocorrerá. “A calamidade pública foi a melhor resposta técnica”, disse o ministro sobre pedido do governo ao Congresso para que seja descumprida a meta fiscal – hoje um déficit de R$ 124,1 bilhões.
O ministro da Economia anunciou, além dos R$147 bilhões divulgados na segunda-feira (16), a criação de um voucher mensal de R$ 200 para trabalhadores informais. A iniciativa será feita por meio de medida provisória. A previsão é que sejam necessários R$ 15 bilhões em três meses para pagar o novo benefício.
Uma ideia que também está sendo estudada pelo governo para conter os efeitos da doença é fechar todas as fronteiras com países estrangeiros.
O presidente Jair Bolsonaro e ministros do Comitê de Crise do Coronavírus fizeram um pronunciamento e responderam perguntas da imprensa nesta tarde.
Inicialmente estava marcada também para esta quarta-feira uma reunião interministerial com a presença de Bolsonaro. Ela foi cancelada de última hora logo após ser confirmada infecção com coronavírus no ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.
> Coronavírus: prevenção, sintomas e o mapa atualizado da covid-19
A iniciativa de convocar uma entrevista coletiva com a presença do presidente e de ministros difere da postura adotada nos últimos dias por Bolsonaro em relação a escalada da doença, ele contrariou diversas vezes orientações e não evitou aglomerações públicas.
O chefe do Executivo minimizou o risco por ter cumprimentado apoiadores em ato do último domingo (15). No entanto, ele voltou a negar em pronunciamento no Palácio do Planalto que tenha convocado os atos a favor do governo.
“Estive ao lado do povo, sabendo dos riscos que eu corria, mas nunca abandonarei o povo brasileiro. Boa parte da mídia potencializou esse movimento, como se fosse o único e eu estivesse convocando”.
O presidente disse que muitos eventos públicos foram realizados nas últimas semanas, como o Carnaval. Ele criticou o governador Wilson Witzel (PSC-RJ) por recomendar o esvaziamento das praias. “Um governador quer impedir os brasileiros de irem à praia. Não só foi um fracasso, como aumentou o número”.
Apesar disso, Bolsonaro adotou um tom cauteloso ao falar sobre eventos futuros e disse ser a favor de cancelar todo tipo de aglomeração que está programada.
“Devemos evitar algo superdimensionado. Não existe essa hipótese, se o Carnaval for semana que vem, não sei se teríamos meios legais de evitar o Carnaval, mas se tivéssemos, evitaríamos”, disse.
Assista a íntegra: