A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal gastou mais com a divulgação da cédula de R$ 200 do que com propagandas sobre a prevenção à covid-19, nos quase dois anos da pandemia. De acordo com levantamento do jornal O Globo, o Planalto desembolsou R$ 18,8 milhões com a divulgação da nova cédula enquanto os anúncios sobre cuidados que deveriam ser tomados contra o vírus, como o uso de máscara e álcool em gel, consumiram R$ 14,4 milhões.
Segundo o levantamento, a publicidade da nova nota foi o sexto principal investimento no período, atrás de propagandas de agenda positiva, economia de água, combate ao Aedes aegypti e da campanha de vacinação. As propagandas que pregam a prevenção à covid representam o nono maior gasto do período.
O governo investiu R$ 18,5 milhões em propagandas rubricadas como “cuidado precoce”. Entre outras despesas, a rubrica financiou influenciadores digitais que recomendavam aos seus seguidores a procurarem um médico para solicitar um “atendimento precoce” no caso de sintoma da doença. Bolsonaro tem defendido desde o início da pandemia o chamado tratamento precoce, com o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a covid-19, como a cloroquina e a hidroxicloroquina.
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De acordo com O Globo, campanhas contra as queimadas no Brasil receberam R$ 47,6 mil. Ainda assim, as florestas brasileiras são citadas em propagandas que a Secom direcionou a Estados Unidos e Inglaterra com a finalidade de melhorar a imagem do país no exterior.
Já o Código Florestal brasileiro e a preservação da vegetação nativa são exaltados em vídeos e cartazes da rubrica “Brasil no exterior”, que soma R$ 27,9 milhões, terceiro maior pagamento. Procurada, a Secom não se manifestou sobre os gastos.
Banco Central anuncia criação de cédula de R$ 200
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