Entre os requerimentos da CPI da Covid encaminhados à presidência da República está o pedido do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) para que o Palácio do Planalto indique datas, locais e autoridades envolvidas em todos os deslocamentos de Jair Bolsonaro, desde o dia 1º de março de 2020. O questionamento foca nos passos do presidente “pelo comércio de Brasília e entorno do Distrito Federal”.
O pedido, protocolado no dia 26 de abril, foi aprovado três dias depois, mas a resposta ainda não consta no sistema do Senado. O Congresso em Foco procurou o Planalto para saber se há registros de passeios de Bolsonaro durante a pandemia, mas ainda não teve resposta. À revista Veja, no entanto, o Planalto disse não ter registros oficiais das saídas do presidente do seu gabinete.
Apesar disso, fotógrafos oficiais da Presidência da República registraram alguns dos eventos em que o presidente esteve e causou aglomerações.
Confira:
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No último sábado (15), por exemplo, Bolsonaro participou em uma manifestação de membros do agronegócio em sua homenagem, na Esplanada dos Ministérios. O setor de comunicação oficial da Presidência da República esteve no local junto com o comboio presidencial e todas as fotos estão presentes no perfil do Flickr da Presidência. O evento, no entanto, não consta na agenda oficial de Jair Bolsonaro.
Já no domingo anterior (9), entre críticas à imprensa e elogios à Polícia Civil do Rio de Janeiro, o presidente participou de um passeio pela capital federal na companhia de centenas de motoqueiros. Antes do início do passeio, presidente e apoiadores tiraram fotos e discursaram sem máscaras na porta do Palácio do Alvorada. O evento também não consta na agenda de Bolsonaro, mas há registros oficiais de fotógrafos do Planalto.
Os registros mais antigos a aparecerem no arquivo de fotos do Palácio de Planalto que mostram aglomerações causadas por Bolsonaro no Distrito Federal remontam a abril do ano passado. Nelas, o presidente aparece abraçando apoiadores sem máscaras em Águas Lindas de Goiás (GO), onde visitou a construção de um hospital de campanha contra a covid-19, junto do então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado – ambos filiados ao DEM.
Requerimento
Girão integra a chamada “base governista” de Bolsonaro na CPI. No texto que requereu os dados de trânsito do presidente, no entanto, Girão não cita o nome de Bolsonaro. O parlamentar apenas diz que a Constituição “não admite retrocessos injustificados no direito social à saúde e que, especialmente em tempos de emergência sanitária, as condutas dos agentes públicos contraditórias às evidências científicas de preservação da vida não devem ser classificadas como atos administrativos legítimos, sequer aceitáveis”.
Confira a íntegra do requerimento:
> “Governo não tem tese de defesa, então vive de agredir”, diz Renan
> Senador pede que Carlos seja ouvido em CPI da Covid