Documentos apontam que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, mobilizou servidores da Receita Federal para apurar suposto acesso irregular de seus dados que teriam dado início às investigações das “rachadinhas”. As informações são da Folha de S. Paulo.
O senador afirmou que suas movimentações bancárias foram acessadas através de uma “senha secreta” e repassadas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). As acusações foram consideradas improcedente, mas, pela primeira vez, há uma evidência concreta de mobilização de Flávio e sua equipe jurídica para pressionar a máquina pública federal para colocar fim às investigações.
O filho mais velho do presidente enviou, no dia 25 de agosto de 2020, petição que solicita apuração urgente para identificar “nome, CPF, qualificação e unidade de exercício/lotação” dos auditores da receita que tiveram acesso aos seus dados fiscais pessoais, de sua mulher Fernanda e de suas empresas.
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“A crise que vem se instalando no País, como consequência dos fatos ora apresentados, tende a crescer, atingindo como alvo não apenas o autor e seus familiares, mas incontáveis cidadãos”, escreve na justificativa, em referência ao cargo de seu pai, presidente da República, e seus irmãos, também políticos.
O pedido foi recebido pelo gabinete do secretário especial da Receita Federal, José Barroso Tostes Neto, onde aguardou análise durante dois meses. Depois disso, foram necessários dois auditores-fiscais e três analistas tributários para averiguar a denúncia de Flávio, o que durou 180 dias. A perícia do órgão concluir que as acusações seriam descartadas por falta de evidências.
“Não foram verificados indícios mínimos de materialidade de possíveis infrações disciplinares que ensejariam a continuidade ou o aprofundamento do feito”, diz um trecho da conclusão.
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