O ex-secretário-executivo da Casa Civil, José Vicente Santini, voltou à Esplanada dos Ministérios. Em portaria publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (16), Santini foi nomeado para o cargo de assessor especial do ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles. Ele retorna ao poder público com um salário de R$ 13.623,39.
A nomeação ocorre oito meses após a demissão de Santini da Casa Civil, motivado por um escândalo envolvendo o uso da máquina pública.
Em janeiro, Santini se valeu de um jato da Força Aérea Brasileira (FAB) para ir de Davos, na Suíça, onde participava do Fórum Econômico Mundial, para a Índia, onde o presidente estava em missão oficial. A viagem em jato oficial levou apenas três pessoas.
Na ocasião, Santini foi demitido pelo próprio Bolsonaro. O presidente comentou que, apesar de não ferir legalmente nenhuma lei, a viagem feita pelo então secretário-executivo era condenável. “O que ele fez não é ilegal, mas é completamente imoral”, afirmou, à época de sua demissão.
No mesmo dia em que foi publicada sua demissão, Santini foi readmitido na Casa Civil como assessor especial de relacionamento externo do ministério, após pressão dos filhos de Bolsonaro. A volta do secretário-executivo – com um salário maior que o seu anterior – gerou mal estar na base de apoio do governo, que precisou demiti-lo, novamente, no dia seguinte.
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O Conselho de Ética da Presidência da República, que analisou o caso, decidiu pelo arquivamento do processo no início de julho. O órgão teve posicionamento similar ao do Tribunal de Contas da União (TCU), que entendeu que Santini, na condição de ministro substituto, poderia fazer uso do jato durante o trecho.
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