O novo governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB), assumiu o cargo na manhã desta terça-feira (1) com críticas indiretas a seu antecessor, o governador Geraldo Alckmin, e ao PSDB, partido ao qual pertence e que governa São Paulo há 23 anos, informa a Folha de S. Paulo.
Em cerca de meia hora de discurso, Doria afirmou que São Paulo precisa parar de “pensar pequeno” e que o estado vai mudar, pois agora “tem comando”. Ele também cobrou mudanças em seu partido, que é presidido nacionalmente por Alckmin.
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A única menção direta de Doria ao ex-governador ocorreu quando ele afirmou que não desrespeitará a história construída por Alckmin e outros tucanos históricos ao promover mudanças no PSDB.
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Mas o tom crítico prevaleceu em vários outros momentos do seu discurso de posse. Doria disse que vai acabar com o que chamou de “romaria” de prefeitos ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. “Não espere aquilo que foi feito aqui no palácio. Não quero fulanizar, mas a partir de agora vai mudar”, anunciou Doria.
Nascido na capital paulista em 16 de dezembro de 1957, em uma próspera família de origem baiana, João Doria é empresário e profissional das áreas de marketing e comunicação. Iniciou-se na vida pública como secretário municipal de Turismo de São Paulo na gestão Mário Covas, posto que ocupou entre 1983 e 1986. Presidiu a Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) entre 1986 e 1988, durante o governo José Sarney.
Tornou-se nacionalmente conhecido, porém, como apresentador de talk shows na TV e pelos encontros que promovia entre autoridades públicas e empresários e executivos do setor privado, através do Grupo de Lideranças Empresariais (Lide). Ao mesmo tempo em que turbinava o relacionamento entre os grandes tomadores de decisões de Brasília e os mais vistosos representantes do PIB nacional, baseados sobretudo em São Paulo, alavancou os negócios do seu próprio grupo empresarial.
Contando com o apoio do então governador Geraldo Alckmin, elegeu-se prefeito de São Paulo em 2016, após derrotar tradicionais lideranças tucanas para conquistar o direito de disputar o cargo. Dois anos depois, quebrou a promessa de cumprir o mandato até o final e se lançou candidato ao governo estadual, rompendo ostensivamente com o seu padrinho político, que terminou ficando com o seu opositor no segundo turno, Márcio França (PSB), ex-vice de Alckmin. Elegeu-se com 51% dos votos válidos, colando sua imagem com a do candidato a presidente Jair Bolsonaro.
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