Dez ministros deixaram o governo federal nesta quinta-feira (31) e se preparam para a corrida eleitoral. O movimento se deve a Lei Complementar nº 64/1990, que determina que autoridades do Executivo devem deixar o cargo no prazo de até seis meses antes de concorrerem às eleições gerais.
No saldo final do dia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) terá o apoio de aliados em quatro regiões do país, sendo o Norte a única exceção. Dos dez ex-ministros, quatro são candidatos ao Senado, três são a governador, um é candidato à Câmara dos Deputados e um possivelmente será o vice para compor a chapa de reeleição de Bolsonaro. Somente a ex-ministra Damares Alves segue com destino incerto.
Bolsonaro também pode se orgulhar de ter levado cinco dos ministros para o PL. O movimento também se refletiu na Câmara, e o partido agora tem 66 deputados, se tornando a maior bancada na Casa.
Veja para onde vão os ex-ministros:
AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
Anteriormente licenciada para assumir o cargo de ministra, Tereza Cristina reassume o mandato de deputada federal pelo Mato Grosso do Sul. Tereza deixou o Democratas (agora União Brasil) e se filiou ao PP no começo deste mês para disputar uma vaga ao Senado. Ela foi substituída por Marcos Montes, então secretário-executivo do ministério.No discurso de saída do Ministério da Agricultura, Tereza destacou os desafios que enfrentou e comemorou as conquistas do ministério. “Na nossa gestão priorizamos o agricultor familiar. A agricultura é uma só e devemos apoiar aqueles que mais precisam”, afirmou a ex-ministra.
CIDADANIA
João Roma deixa o Ministério da Cidadania para disputar o governo da Bahia. Roma deixou o Republicanos e se filiou ao PL no último domingo (27), mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro. Ronaldo Vieira Bento, ex-chefe da assessoria de Assuntos Estratégicos do ministério, assume a Pasta.
CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÕES
Primeiro brasileiro a ir para o espaço, Marcos Pontes planeja voos mais humildes no horizonte. Pontes também se filiou ao PL no último domingo e irá concorrer a deputado federal por São Paulo. O então secretário de Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, Paulo Alvim, assume o comando da Pasta.
DEFESA
Único que não teve o anúncio juntamente com os colegas ministros, Braga Netto teve a exoneração publicada no final desta manhã. Mas ele não ficará longe: foi nomeado assessor especial do gabinete pessoal de Bolsonaro. Pela legislação vigente, precisará deixar o cargo em até três meses antes da eleição.
Sem anúncio oficial, tudo indica que Braga Netto será o vice de Bolsonaro. O general Paulo Sérgio Nogueira, que comandava o Exército, assume o Ministério da Defesa. General hierarquicamente mais antigo, Freire Gomes assume a força terrestre. Ele era o comandante de Operação Terrestres.
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Outro ministro filiado ao PL, Rogério Marinho concorrerá a uma vaga no Senado pelo Rio Grande do Norte. Rogério deixou o ministério afirmando ter “certeza da missão cumprida” e “tranquilo” por deixar a Pasta sob comando de Daniel de Oliveira Duarte Ferreira, então secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento Regional.
INFRAESTRUTURA
Tarcísio de Freitas deixa o Ministério da Infraestrutura com uma missão ambiciosa: ser eleito o governador de São Paulo. Desde 1994, todos os governadores do estado mais populoso do país pertencem ao PSDB. Rachas e intrigas internas dos tucanos, podem favorecer o cenário para Tarcísio, que se filiou ao Republicanos no começo desta semana. O então secretário-executivo da pasta, Marcelo Sampaio, assume a pasta.
MULHER, FAMÍLIA E DIREITOS HUMANOS
Mesmo com cargo e estados indefinidos, Damares Alves deixou o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Inicialmente, Damares cogitava concorrer ao Senado pelo Amapá, mas enfrentou resistências devido à influência do senador Davi Alcolumbre (União-AP), favorito a conquistar a única vaga do estado em jogo neste ano. Uma candidatura em Sergipe, para Senado ou Câmara dos Deputados, é cogitada. Cristiane Britto, então secretária nacional de Políticas para as Mulheres, assume o ministério.
SECRETARIA DE GOVERNO
Filiada ao PL, Flávia Arruda assumiu uma das cadeiras que Bolsonaro precisou ceder ao chamado “centrão”, em 2021. Célio Faria Junior, chefe do gabinete pessoal de Bolsonaro, assume o ministério responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso.
Agora, Flávia reassume o mandato de deputada federal do Distrito Federal e se prepara para concorrer ao Senado pelo DF. No discurso de saída, a ministra fez acenos aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSG-MG). “Sem eles, seria impossível a aprovação de matérias importantes e polêmicas. Dialoguei com todas as forças políticas e juntos encontramos, quando parecia impossível, as convergências necessárias para o país”, afirmou Flávia.
TRABALHO E PREVIDÊNCIA
Onyx Lorenzoni deixa um ministério pela quarta vez, somente nesta gestão. Após passar pela Casa Civil, Cidadania e Secretaria-Geral, Onyx sai agora do Ministério do Trabalho e Previdência para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul. O ex-ministro foi mais um que foi para o PL seguindo Bolsonaro. José Carlos Oliveira, presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), assume a pasta.
TURISMO
Gilson Machado sai do ministério para concorrer ao Senado em Pernambuco. O ex-ministro saiu do PSC e se filiou ao PL, onde aturará como palanque regional para Bolsonaro no Nordeste. O então diretor-presidente da Embratur, Carlos Brito, assume o Ministério do Turismo.
Deixe um comentário