O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, viajou 202 vezes e gastou R$ 2,75 milhões em passagens e diárias desde que assumiu o cargo, no começo de 2019. Nesse período, ele visitou 101 cidades. Os dados foram fornecidos pela Caixa ao jornal O Globo por meio da Lei de Acesso à Informação.
Essas despesas estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal e pelo Tribunal de Contas da União, de acordo com a reportagem. O levantamento não discrimina quanto foi gasto em diárias e passagens nem quantos acompanhantes ele levou em cada viagem.
Presença constante nas lives do presidente Jair Bolsonaro, Pedro Guimarães já teve o nome cotado para substituir o ministro da Economia, Paulo Guedes, e para se candidatar a algum cargo público em 2022. O presidente da Caixa viajou 49 vezes para São Paulo e 17 para o Rio. Também teve três reuniões em Nova York, o que gerou um gasto de R$ 108 mil.
O Ministério Público Federal investiga despesas da Caixa na atual gestão. “Há necessidade de esclarecer notícia de supostas viagens do presidente da instituição Pedro Guimarães que, em tese, não se enquadrariam às finalidades institucionais e às atribuições do presidente da CEF”, afirmou o procurador responsável pela apuração do caso, em despacho de outubro.
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Em suas andanças, Guimarães tem inaugurado agências da Caixa em municípios de interesse de aliados políticos e participado de festas populares, compromissos pouco usuais para um presidente de banco. Em fevereiro ele posou para fotos completamente enlameado em um mangue em Belmonte (BA), na companhia de pescadores. Nas justificativas das viagens, segundo O Globo, a Caixa afirma que o presidente estava no devido cumprimento da função institucional. O Congresso em Foco procurou a assessoria da Caixa e aguarda retorno.
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