Num momento de crise na articulação política, em que a ordem no governo é “pacificar” a relação com o Congresso, pelos menos três ministros estarão por lá essa semana com agendas já marcadas.
Protagonista de um bate-boca com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) semana passada, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, estará na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta (27), atendendo a um convite do senador Lasier Martins (Pode-RS) para tratar das diretrizes e prioridades da pasta.
> Com 80 dias de mandato, lua de mel acaba e Bolsonaro enfrenta seu pior momento no Congresso
Um assunto em pauta será o pacote anticrime apresentado ao Congresso em fevereiro. Moro defende que o texto tramite em paralelo à reforma da Previdência, enquanto Maia quer colocar a proposta em votação somente depois da análise da agenda econômica. Foi justamente esse o ponto que gerou embate entre os dois. Moro mandou, na madrugada de terça (19) para quarta (20) uma mensagem em que cobrou Maia sobre a tramitação do pacote. Obteve uma resposta seca e irritada. O dia seguinte foi de troca de farpas pela imprensa.
Também Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, irá ao Senado, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Ele apresentará uma proposta de substituição ao Programa Mais Médicos e discutir o financiamento do setor e a formação de profissionais em atendimento à saúde da família e comunitária.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, irá conversar com os parlamentares, mas do outro lado do tapete. Confirmou presença na CCJ da Câmara para falar sobre a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência e o projeto previdenciário dos militares. À participação dele foi exigência está atrelada, publicamente, a indicação do deputado que irá relatar a PEC, que já está no colegiado a espera desse nome para começar a tramitar.
PublicidadeEssa semana, em especial, a ida dos ministros representa mais que um gesto burocrático. Nas últimas duas semanas a relação do Executivo com o Legislativo está em crise e a base está desarticulada. Reconhecendo a situação crítica, o próprio presidente Jair Bolsonaro mandou, em reunião no Palácio do Planalto na manhã de segunda (25), que seus interlocutores trabalhem para acalmar a situação.
> Bolsonaro transfere sua incompetência para o Congresso, diz Molon. “Oposição tem, não tem governo”
> “Madrinha” de Guedes, vice-líder do governo sugere “inteligência emocional” a Maia e Bolsonaro