A comissão mista do Congresso que acompanha medidas de enfrentamento à pandemia aprovou hoje (24) um convite ao ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, para explicar a denúncia de que o Brasil corre o risco de perder 6,86 milhões de testes para o diagnóstico do novo coronavírus comprados pelo Ministério da Saúde. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada no último domingo (22), os testes perdem a validade entre dezembro deste ano e janeiro de 2021.
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Esses exames, do tipo RT-PCR, estão estocados num armazém do governo federal em Guarulhos (SP) e, até hoje, não foram distribuídos para a rede pública. Para fins de comparação, o Sistema Único de Saúde (SUS) aplicou cinco milhões de testes deste tipo. Com isso, o país pode acabar descartando mais exames do que já realizou até agora.
Ao todo, a Saúde investiu R$ 764,5 milhões em testes para covid-19 e as unidades com data próxima ao vencimento custaram R$ 290 milhões – o lote encalhado tem validade de oito meses.
O RT-PCR é um dos exames mais eficazes para diagnosticar a covid-19. A coleta é feita por meio de um cotonete aplicado na região nasal e faríngea (a região da garganta logo atrás do nariz e da boca) do paciente. Na rede privada, o exame custa de R$ 290 a R$ 400. As evidências de falhas de planejamento e logística no setor ocorrem em um período de aumento dos casos no país.
A audiência pública com Pazuello ainda será agendada, mas a expectativa do presidente da comissão, senador Confúcio Moura (MDB-RO), é de que a reunião ocorra até o dia 7 de dezembro. Procurada, a assessoria do ministro disse ainda não ter a confirmação de data.
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Parlamentares também defenderam que Pazuello use a oportunidade para esclarecer reuniões realizadas na semana passada com laboratórios que desenvolvem vacinas contra o novo coronavírus. O Ministério da Saúde informou que deve assinar cartas de intenção com cinco laboratórios: Pfizer, Janssen, Bharat Biotech, Fundo Russo de Investimento Direto e Moderna.
O governo paulista tem acordo de parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac Biotech, que desenvolve a CoronaVac com o Instituto Butantan.
Segundo dados do Ministério da Saúde atualizados na segunda-feira (23), o Brasil registrou 166.014 óbitos por covid-19 e 5.876.464 diagnósticos.