Por meio da Lei de Acesso à Informação, o portal G1 descobriu que, de agosto a outubro, o Ministério da Saúde recebeu mais de 50 mil reclamações de usuários do aplicativo ConecteSUS nas quais são citadas falhas nos dados da plataforma. Os erros, revelou o portal neste sábado (11), vão desde a grafia do nome dos cidadãos a erros no número de doses da vacina contra a covid-19. Há até mesmo casos de pessoas vivas tidas como mortas pelo aplicativo.
O ConecteSUS ganhou visibilidade recentemente ao disponibilizar o certificado de vacinação contra o coronavírus, exigido para uma série de atividades e acesso a locais. Porém, os erros nas informações contidas no aplicativo resultam, também, na emissão errada dos dados do comprovante vacinal.
Nesta sexta-feira (10), a ferramenta sofreu um suposto ataque de hackers. A vulnerabilidade os sistemas do Ministério da Saúde vem sido questionada há anos. O Datasus, departamento de informática da pasta, já foi invadido duas vezes ao longo de 2020 e 2021 por um hacker que tentava alertar o ministério sobre brechas no sistema de segurança.
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Com o suposto ataque ao ConecteSUS, o governo decidiu adiar a exigência do passaporte vacinal para quem entrar no país e a quarentena de cinco dias para não vacinados. Desde o início da vacinação o governo de Jair Bolsonaro é claro quanto à defesa de que a população não seja obrigada a se vacinar e quanto à contrariedade ao passaporte vacinal.
Questionado pelo G1 sobre as falhas no aplicativo, o ministério se limitou a dizer que “a responsabilidade pelo acesso e pelas alterações nos dados de usuários é de agentes públicos legalmente autorizados”.