No início da década de 1970, a atriz Marília Pêra entrou completamente vestida em um estúdio de televisão. E completamente vestida ficou. Em uma cena gravada de alguns minutos, ela conversava com uma outra mulher, que fazia as vezes de produtora. Dizia à outra moça que estava ali podendo gravar graças ao uso de um novo absorvente íntimo, que lhe permitia trabalhar normalmente sem incômodo. Nenhum palavrão era dito durante os poucos minutos da conversa. Não havia qualquer tipo de insinuação sexual entre as duas mulheres.
A conversa singela entre Marília Pêra e a outra atriz nunca foi veiculada na televisão. Tratava-se de uma propaganda de absorvente que foi censurada pela ditadura militar, que considerou que o tema era ofensivo por tratar de algo da intimidade feminina. Talvez não seja mera coincidência o fato de o presidente Jair Bolsonaro ter inicialmente vetado agora a lei que concedia distribuição gratuita de absorventes a mulheres em condições de vulnerabilidade.
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