O futuro ministro da Justiça Sérgio Moro anunciou nesta sexta-feira (30) que Roberto Leonel de Oliveira Lima, auditor da Receita Federal que atuou na força-tarefa da operação Lava Jato, será o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no ano que vem.
Entre outras atribuições, o órgão fornece dados de inteligência financeira (como indícios de lavagem de dinheiro) para investigações de polícias e do Ministério Público. A estrutura hoje é ligada ao Ministério da Fazenda, mas o governo quer transferi-lo para a pasta da Justiça – o que dependerá de uma mudança legislativa, que Moro quer ver aprovada rapidamente em 2019.
Para Leonel, a alteração pode ampliar o viés anticorrupção do órgão. “O trabalho continua o mesmo e vai melhorar mais ainda em função dessa pauta [de Moro] de combate à corrupção e a organizações criminosas”, prevê.
Com 32 anos de carreira, o auditor diz conhecer Moro desde o Caso Banestado, investigação de um esquema bilionário de evasão de divisas no Paraná entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2000. Como chefe de pesquisa e investigação da Receita em Curitiba, ele coordenou as apurações financeiras e tributárias da Lava Jato e costumava ir às coletivas de imprensa da força-tarefa na capital paranaense.
Leia também
Pessoal
Para Leonel, “é uma dificuldade” o fato de o Coaf não ter servidores próprios. O órgão requisita funcionários de outros órgãos, especialmente da Receita. “A ideia é reforçar a equipe agregando novas pessoas e também em tecnologia”, diz Leonel, que não descarta levar consigo servidores de sua confiança na Receita. “É uma possibilidade”, diz.
PublicidadeAo anunciar o auditor, Moro também comentou a questão de pessoal. “Hoje o Coaf lamentavelmente sofreu com a redução do corpo funcional, por questões circunstanciais. Nós acreditamos que conseguiremos, no Ministério da Justiça, melhorar a estrutura funcional”, afirma.