O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, publicou neste sábado um texto em seu blog pessoal no qual defende a memória do pai, Henrique Fonseca de Araújo, que foi Procurador-geral da República (PGR) e morreu em 1996.
Uma matéria do jornal Folha de S. Paulo, publicada na última terça-feira (12), mostrou que o pai do atual chanceler deu um parecer, em 1978, contra a extradição de Gustav Franz Wagner, um nazista responsabilizado por 250 mil mortes durante a Segunda Guerra Mundial e que fugiu para o Brasil após o conflito.
O chefe do Itamaraty não negou a informação do jornal, mas afirmou que a decisão do pai “não visou a defender um foragido nazista, e sim o estado de direito, pois o que apontava eram as insuficiências processuais no pedido de extradição, sem qualquer contestação dos crimes cometidos pelo acusado”.
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Franz Wagner, segundo a matéria da Folha, foi subcomandante campo de concentração de Sobibor, na Polônia. Descoberto vivendo no Brasil em 1978, se apresentou à polícia e teve a extradição pedida por quatro países: Alemanha, Polônia, Áustria e Israel.
Em um parecer de outubro de 1978, o pai de Ernesto Araújo, então à frente da PGR, se posicionou contra os quatro pedidos, com fundamentações diferentes para cada caso.
PublicidadeO chanceler não respondeu à reportagem da Folha antes da publicação da matéria, mas publicou no blog, neste sábado, que o jornal “poderia examinar e estudar todos os seus [do pai dele] milhares de pareceres” para verem “a figura de um homem de caráter”.