Os partidos do Centrão, bloco informal de direita e centro do Congresso, já controlam 46,4 bilhões do orçamento de 2020 do governo federal e podem gerenciar pelo menos mais R$ 29,3 bilhões caso seja confirmada a negociação para o comando do Banco do Nordeste. Os dados são de levantamento do Congresso em Foco feito com o planejamento orçamentário federal anual de 2020.
Hoje, o banco está sob comando interino após um indicado PL ter durado apenas um dia na função.
Filiados e indicados dos partidos comandam estruturas como o Ministério das Comunicações, o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) do Ministério da Educação, a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) do Ministério da Saúde e secretarias no ministérios da Agricultura e Desenvolvimento Regional. PP, PSD, PL, Republicanos, PSC e Avante já emplacaram aliados no governo.
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O presidente Jair Bolsonaro tem negociado a ocupação de cargos com os partidos do Centrão em troca de uma base no Congresso. A necessidade do movimento foi reforçada nesta semana, dada a crise que Bolsonaro enfrenta com a prisão do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz.
PublicidadeO presidente foi eleito em 2018 com um discurso crítico à negociação de cargos com partidos. Apesar disso, mesmo na campanha, tentou angariar o apoio do PL e ofereceu a candidatura a vice ao então senador Magno Malta (PL-ES), algo que foi vetado pela sigla, que preferiu apoiar Geraldo Alckmin (PSDB). O PL é comandado informalmente pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, que participou do esquema do mensalão.
Além disso, Bolsonaro foi filiado por muitos anos ao PP. O presidente nacional da legenda, o senador Ciro Nogueira (PI), é o segundo senador com mais inquéritos judiciais, são cinco. A informação está em levantamento feito pelo Congresso em Foco.
Leia a seguir uma lista com os nomes já escolhidos e a quantidade de verbas que as estruturas comandada por eles coordenam:
Ministério das Comunicações: Fábio Faria, filiado ao PSD. Orçamento de R$ 2,3 bilhões.
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR): Fernando Marcondes Leão, indicado pelo PP em acordo com o Avante. Orçamento de R$ 1 bilhão.
FNDE: Marcelo Lopes, indicado pelo PP. Orçamento de R$ 29,4 bilhões.
Funasa: Geovane Gomes da Silva, indicado pelo PSD. Orçamento de R$ 3 bilhões.
Secretaria de Mobilidade Urbana do MDR: Thiago Pontes Queiroz, indicado pelo Republicanos. Orçamento de R$ 800 milhões.
Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastacimento: Cesar Halun, indicado pelo Republicanos. Orçamento de R$ 1,2 bilhões.
Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde: Arnaldo de Correia Medeiros, indicado pelo PL. Orçamento de R$ 8,2 bilhões.
Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Recife: Carlos Fernando Ferreira da Silva Filho, indicado pelo PSC. Orçamento de R$ 1,1 bilhão.
Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), da Casa Civil: Carlos Roberto Fortner, indicado pelo PSD. Orçamento de R$ 43 milhões.
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