O Diário Oficial da União trouxe nesta sexta-feira (14) a nomeação do deputado Celso Sabino (União-PA) como novo ministro do Turismo. Esta é a segunda substituição ministerial da atual gestão Lula (PT), que já havia anunciado o plano de retirar a atual ministra, Daniela Carneiro, do mesmo partido.
A troca de Daniela por Sabino se deu após intensa pressão do União Brasil. A ex-ministra é casada com o prefeito de Belford Roxo (RJ), conhecido como Waguinho, que apoiou a campanha eleitoral de Lula em troca de espaço no governo. Em abril, o prefeito migrou para o Republicanos, e seus aliados no Congresso Nacional entraram com ações na Justiça Eleitoral para poder acompanhar o movimento. Daniela foi um deles.
Com a possibilidade de saída de Daniela Carneiro, o União Brasil exigiu sua substituição, indicando o nome de Sabino. O presidente Lula resistiu à pressão até o dia da votação da reforma tributária, na primeira semana de julho. Minutos antes da votação, a executiva nacional do partido deu ao presidente um ultimato: ou ele aceitava a troca, ou não eles votariam a proposta na Câmara. O governo preferiu ceder, divulgando uma nota informando que a ministra fora comunicada de sua exoneração nos próximos dias.
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O deputado paraense Celso Sabino, de 44 anos, é o nome escolhido pelo União Brasil para substituir a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, que aguarda liberação da Justiça eleitoral para deixar o partido. A indicação de Sabino tem o aval do presidente da sigla, Luciano Bivar, do líder da bancada, Elmar Nascimento (BA), e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A expectativa é que Daniela perca o ministério nos próximos dias. A situação dela se complicou depois que o seu marido, o prefeito de Belford Roxo (RJ), Waguinho, rompeu com a legenda e se filiou ao Republicanos.
A troca no ministério é vista como uma alternativa pelo presidente Lula para conter a insatisfação do União Brasil, que, mesmo com três ministros, recusa-se a fazer parte da base governista. Como mostra o Radar do Congresso, ferramenta de monitoramento do Congresso em Foco, o União votou em apenas 63,5% das vezes, em média, conforme a orientação do governo na Câmara este ano. Esse é o parâmetro usado pelo Radar para aferir o índice de governismo.