O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSC) criticou o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, em postagem publicada no Twitter nessa segunda-feira (1º). Sem citar o nome do auxiliar do pai, o presidente Jair Bolsonaro, Carlos disse que não confia no comando do órgão ao comentar a prisão de um militar brasileiro com 39 kg de cocaína na Espanha.
“Por que acha que não ando com seguranças? Principalmente aqueles oferecidos pelo GSI? Sua grande maioria podem [sic] ser até homens bem intencionados e acredito que sejam, mas estão subordinados a algo que não acredito. Tenho gritado em vão há meses internamente e infelizmente sou ignorado. Não digo que sou dono da razão e evitei até aqui ao máximo me expor desse jeito, mas não está dando mais. Estou sozinho nessa, podendo a partir de agora ser alvo mais fácil ainda tanto pelos de fora tanto por outros. Há muito mais nisso tudo! Mas se viemos aqui para deixar uma mensagem! Creio que essa faz uma parte dela, mesmo que isso custe minha vida! Um abraço!”, escreveu Carlos nessa segunda-feira (1º).
Ele voltou nesta terça (2) ao Twitter para dizer que está preocupado com a segurança de seu pai, em referência a reportagens que saíram sobre sua crítica ao general Heleno. E ressaltou que vai continuar a fazer críticas nas redes sociais.“Ficar extremamente preocupado com a segurança do Presidente da República e seu pai, PROIBIDO. Estar cansado como qualquer cidadão de ver um governo querer fazer o Brasil andar, não conseguir e você reclamar, PROIBIDO. Fazer todo o oposto, PROGRESSO. Sinto muito: PODEM ESPERNEAR!”
Ainda nessa segunda, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, saiu em defesa de Heleno. Em entrevista coletiva, afirmou que o GSI possui qualificação “bastante extremada” e que seus recursos humanos “são preparados da melhor forma possível para promover segurança”. O comentário de Carlos foi feito um dia após Augusto Heleno fazer um discurso duro em defesa de Bolsonaro durante o ato de apoio ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro.
Ao mirar o ministro do GSI, Carlos Bolsonaro amplia sua lista de desafetos no meio militar. Também nessa segunda ele provocou o vice-presidente Hamilton Mourão ao reproduzir notícia sobre a promoção de seu filho no Banco do Brasil. O filho do presidente já deixou claro, em outras mensagens, que não confia no vice de seu pai. Já o acusou, inclusive, de traição. Ele chegou a dizer que gente muito próxima do presidente tinha interesse em sua morte, deixando no ar a possibilidade de estar se referindo a Mourão.
Carlos também foi um dos responsáveis por minar o ex-ministro Carlos Alberto Santos Cruz, demitido em junho da Secretaria de Governo. Santos Cruz virou alvo do grupo olavista dos bolsonaristas, do qual faz o vereador faz parte. Em entrevista à revista Época, Santos Cruz fez crítica indireta a Carlos ao declarar que o governo enfrenta uma “fumaceira danada” provocada por “gente que fica o dia inteiro” no Twitter.