A entrada do general Luiz Eduardo Ramos no Ministério da Secretaria de Governo é avaliada por congressistas como um fator na melhora da articulação política do governo com a Câmara dos Deputados. O Congresso em Foco ouviu nesta quinta-feira (8) líderes da Casa Legislativa sobre a mudança da articulação política da Casa Civil para a pasta de Ramos.
O coordenador da bancada evangélica, deputado Silas Câmara (PRB-AM), elogiou o militar. “Diz a Bíblia melhor dois do que um, sei que a união de pensamento e esforço dos Ministros Ramos e Onyx trará um resultado magnífico ao governo”, afirmou.
De acordo com o Planalto, a transferência da articulação do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, para o general se concretiza após a votação da reforma da Previdência na Câmara, finalizada na quarta-feira (8).
> Onyx foi covarde ao demitir ex-deputado, diz líder do PSL
Leia também
Mesmo antes de terminada a análise da Previdência pela Câmara, o general já começou a receber em seu gabinete deputados e senadores.
PublicidadePara o líder do PSD na Câmara, deputado André de Paula, a atuação de Onyx não era ruim e a decisão de mudar as funções é do governo federal
“Não tínhamos dificuldades nem restrições ao trabalho desenvolvido por Onyx, um companheiro querido de parlamento, a troca faz parte do processo é decisão que só cabe ao presidente, uma escolha pessoal sua. Tive poucos contatos com general, me pareceu uma pessoa acessível, de fácil trato e aberta ao diálogo, torço que dê certo”, declarou o pessedista.
José Nelto, líder do Podemos na Casa Legislativa, afirmou que a função perdida por Onyx se dá por conta da quantidade de atribuições da Casa Civil. “Essa divisão vai ajudar o governo no atendimento das demandas”, disse.
Sobre o ministro Ramos, o líder do Podemos não economizou elogios ao falar sobre a habilidade de tratar os congressistas, mas afirmou que o presidente Jair Bolsonaro precisa dar autonomia para o ministro militar se relacionar com o Congresso Nacional.
“O ministro Ramos é um homem que conhece o parlamento brasileiro, o Congresso Nacional. É um gentleman, muito educado, um homem que quando você conversa com ele te dá a melhor impressão possível. Agora o articulador político, ele serve café, serve água, atende bem, isso é ótimo, todo mundo tem de ser educado, quero saber se o presidente da República entregou para ele uma caneta com tinta, dar autonomia da articulação para o atendimento para as bancadas”, falou.
Luiz Eduardo Ramos assumiu a Secretaria de Governo em julho em substituição ao general Carlos Alberto dos Santos Cruz, que foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro após ser alvo da ala do governo ligada ao escritor Olavo de Carvalho.