O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na tarde desta segunda-feira (7) que até 15 de dezembro deve anunciar um nome para apoiar na eleição para a presidência da Câmara, em fevereiro. O nome, garantiu, virá de uma aliança elaborada desde setembro com diferentes partidos que buscam uma agenda independente dos demais poderes.
Segundo Maia o grupo vai trabalhar o movimento “Câmara livre”. “Esse é o grande mote, criar uma candidatura que mantenha a independência da casa. “A principal preocupação da oposição é a independência do poder executivo e a pauta de costumes. Isso nos une e nos garante convergência. Vamos enfrentar qualquer poder que queria influenciar na nossa eleição”, garantiu.
Neste fim de semana o STF decidiu que Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre (DEM-AP) não podem tentar reeleição para as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente. Mais cedo Maia disse que a decisão do Supremo fortalece um grupo de “quatro ou cinco candidatos” próximos a ele. O deputado citou Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), Elmar Nascimento (DEM-BA), Luciano Bivar (PSL-PE) e Marcos Pereira (Republicanos-SP) como nomes que podem concorrer, mas que PSB, PDT e PT também podem ter seus candidatos.
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Pautas
Ainda na tarde desta segunda, Maia disse que as desculpas do governo para a continuidade das votações na Casa acabaram. De acordo com o deputado, passada a decisão do Supremo sobre a reeleição das presidências do Congresso, cabe ao governo deixar o pleito para fevereiro e ajudar a construir a votação dos projetos que estão parados.
“Espero que a gente consiga daqui para frente esquecer as desculpas que muitos davam, até porque a câmara durante a pandemia votou muitas coisas. Votamos a Lei do gás, a recuperação judicial, consertamos o texto do saneamento. A Câmara fez muito na agenda econômica também, essas desculpas acabaram. Agora espero que o governo possa resolver o mais rápido possível a [PEC] emergencial no Senado e, junto com Câmara e Senado, possa construir o texto da tributária, que com certeza é uma matéria que vai gerar impacto muito forte na capacidade de decisão de investimento das empresas”, disse.
Ainda de acordo com o presidente, nas próximas semanas haverá consenso entre os deputados para votar a regulamentação do Fundeb e outros projetos como o PLP 101, que aproveita o Plano Mansueto e altera todas as leis que tratam das dívidas dos entes federativos aprovadas pelo Congresso desde a década de 1990. Além de outros projetos como o que institui cota de vagas para mulheres no poder legislativo, além do próprio texto da reforma tributária.
“Estou vendo o trem indo em direção ao muro […] a 700km por hora e ele vai atropelar milhares de brasileiros. Vai ser um desastre”, defendeu a urgência da análise do texto da reforma. “É uma matéria difícil, tanto que o governos ainda não se comprometeu onde vai cortar”, disse.
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