Na última quinta-feira (4), a força-tarefa criada pelo Ministério da Justiça para recapturar os dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN) concluiu as buscas, devolvendo-os ao presídio após 50 dias de fuga. O custo da operação, conforme divulgado pela pasta, foi de cerca de R$ 6 milhões. O valor supera o triplo do estipulado no contrato de reforma da unidade prisional, por onde fugiram os dois presos no mês de fevereiro.
A fuga dos presos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, ambos ligados à facção criminosa Comando Vermelho, ocorreu durante a execução de uma obra de manutenção interna da penitenciária de Mossoró. A obra, contratada com o objetivo de resolver problemas estruturais acumulados ao longo de dois anos, foi contratada com a empresa R7 Facilities, agora sob investigação por parte do Ministério, no valor de R$ 1,7 milhões, conforme apuração do jornal Estado de S. Paulo.
O custo da operação, incluindo passagens aéreas, alimentação de agentes policiais, hospedagens, combustíveis e manutenção de veículos, representa mais de 3,5 vezes o valor da obra. Apenas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) precisou gastar R$ 3,3 milhões, cifra próxima ao custo da reforma. Os recursos também equivalem à construção de ao menos 66 casas populares, conforme o preço médio estipulado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias.
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Não é impossível restituir esse valor: se forem identificados responsáveis pela fuga dos dois, a União poderá exigir na Justiça que estes sejam cobrados pelo dano provocado aos cofres públicos. Um processo administrativo foi aberto no Ministério da Justiça ainda em fevereiro para apurar eventuais responsabilidades, inclusive com investigações contra a própria empresa contratada.
A assessoria de comunicação Ministério da Justiça foi consultada sobre se a pasta possui um plano para repor os gastos com a operação. Até o momento, não houve resposta.