Em sua tradicional live presidencial, na noite desta quinta-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro tornou a defender a prevenção contra a covid-19 à base de Taffix, spray nasal desenvolvido em Israel que teve seu registro negado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última quarta-feira (19).
A importação do medicamento é uma pauta defendida por Bolsonaro desde o início da pandemia, e mantém exposta o dissabor do presidente com a agência reguladora, que tem analisado remédios, vacinas e procedimentos para combater a pandemia que já matou 620 mil pessoas no país desde março de 2020.
“Alguém deve se lembrar, mas no início do ano passado mandamos uma delegação nossa para Israel. Entre outras coisas, foram ver lá a questão do spray nasal para covid-19. (…) O que aconteceu em janeiro de 2022? Veja a imprensa: ‘spray nasal anticovid pode proteger de todas as variantes por até oito horas’. O Bolsonaro tem razão”, declarou o presidente, sem citar a fonte da suposta manchete.
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Bolsonaro está em Paramaribo, capital do Suriname. O presidente cumpriu uma única agenda oficial de meia hora no país, e deve seguir para a Guiana, país vizinho, nesta sexta-feira (21).
A proposta da empresa farmacêutica Belcher, fabricante do spray, é que este seja utilizado para bloquear a entrada do coronavírus no nariz. A Anvisa, porém, negou o seu registro, apontando para a falta de estudos clínicos que comprovem a sua segurança e a sua eficácia.
Além de produtora do spray nasal, a Belcher também foi intermediária na conversa do Ministério da Saúde com o laboratório chinês Cansino para aquisição de vacinas. A negociação entrou no radar da CPI da covid-19 em 2021, pelo preço excessivo proposto para as doses, cada uma por US$17. Também chamou a atenção do colegiado o fato da sede brasileira da Belcher se localizar em Maringá (PR), base eleitoral do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara e alvo de investigações pela CPI.
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