O presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar a imprensa. Em live transmitida pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), seu terceiro filho, Bolsonaro diz que “o certo” seria acabar com os veículos para que as notícias falsas parem de circular. “O certo é tirar de circulação, não vou fazer isso porque eu sou um democrata, Globo, Folha de S.Paulo, Estadão, Antagonista… que são fábricas de fake news”, disse o presidente. Durante o passeio pelo litoral de São Francisco do Sul (SC), Bolsonaro voltou a causar aglomeração e a circular sem máscaras.
A censura e o fechamento de veículos são características de regimes ditatoriais, alguns deles defendidos por Bolsonaro, como o dos militares no Brasil entre 1964 e 1985. O presidente também criticou as redes sociais que têm atuado contra a disseminação de notícias falsas na internet e disse ser favorável à tributação das plataformas. “O governo [precisa], junto ao parlamento, criar uma legislação, taxar mais ainda esse pessoal [redes sociais], que paga pouco imposto dentro do Brasil”, afirmou durante passeio pelo litoral catarinense, onde passa o Carnaval. Facebook e Twitter, entre outras redes, têm limitado ou excluído totalmente postagens que contêm informações falsas.
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O novo ataque de Bolsonaro à imprensa se soma a uma vasta coleção do presidente. Em janeiro, após a divulgação de reportagens que mostravam que o governo tinha gastado mais de R$ 15 milhões de leite condensado, Bolsonaro mandou a imprensa “enfiar no rabo” o produto. O Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2020, elaborado pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e lançado no último dia 26, mostra que o ano que passou foi o mais violento, desde o começo da década de 1990, quando a entidade sindical iniciou a série histórica. Foram 428 casos de ataques – incluindo dois assassinatos – o que representa um aumento de 105,77% em relação a 2019, ano em que também houve crescimento das violações à liberdade de imprensa no país.
Celso de Mello sobre Bolsonaro: “Perigoso desapreço pela liberdade de imprensa”