O presidente Jair Bolsonaro sugeriu ao filho Eduardo que abra mão da indicação para o posto de embaixador brasileiro nos Estados Unidos e permaneça no Brasil para ajudar a pacificar o PSL. Em entrevista no Japão, onde está em viagem oficial, Bolsonaro afirmou que não vai interferir na decisão do deputado paulista, mas ressaltou que considera importante sua permanência na Câmara diante da crise interna de seu partido.
“Obviamente, isso o Eduardo vai ter de decidir nos próximos dias, talvez antes de eu voltar ao Brasil”, declarou. “No meu entender, [o mais estratégico] é ele ficar no Brasil, até para pacificar o partido e ver o que pode catar de caco, porque teve gente que foi para o excesso. É igual um casal, chega um ponto de um problema que não tem mais retorno por parte de alguns”, defendeu.
Bolsonaro adiantou que, se Eduardo desistir da indicação, pretende nomear o diplomata Nestor Foster para a embaixada. “Nós temos lá o Nestor Forster. Ele é um bom nome. Obviamente, o Eduardo desistindo que eu mande o nome dele ao Senado, tendo em vista a importância na política dentro do partido. O Forster é um bom nome para ser consolidado lá”, disse. O diplomata é amigo do escritor Olavo de Carvalho e era o nome cotado para o cargo antes de o presidente informar que indicaria o filho.
Como mostrou pesquisa do Painel do Poder, do Congresso em Foco, a indicação de Eduardo Bolsonaro enfrenta grande resistência no Senado. Se a votação for adiante, a tendência é que seu nome seja rejeitado. O deputado assumiu a liderança da bancada ontem em meio à guerra interna entre deputados ligados a Bolsonaro e ao presidente do partido, Luciano Bivar. A ala adversária tenta restituir a liderança para Delegado Waldir (GO) ou emplacar um terceiro nome. As discussões prometem ser acirradas nesta terça-feira (22).