Considerado o “pai” da Emenda Constitucional do teto de gastos, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles criticou o presidente Jair Bolsonaro e o atual chefe da Economia, Paulo Guedes. De acordo com Meirelles, as manobras do governo federal para furar o teto sob justificativa de conseguir emplacar o Auxílio Brasil fazem parte do projeto de reeleição a “qualquer preço”.
“Ele está agindo no curto prazo, tentando ganhar no ano que vem a qualquer preço”, disse em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, na edição deste domingo. Atualmente Meirelles é secretário de Fazenda e Planejamento do estado de São Paulo.
Meirelles afirma que a medida será ineficaz para reduzir a pobreza e que isso vai implicar em um retrocesso no país. “Estou vendo uma volta para trás. Um retrocesso do País. Um País que fez um esforço grande para voltar a crescer”.
O governo federal e aliados de Bolsonaro trabalham para mudar a regra de correção do teto em 2022, ano eleitoral. A alteração foi incluída e aprovada na PEC dos Precatórios pelo relator, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Assim, a ideia é abarcar o financiamento do Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família.
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A manobra não foi bem avaliada pela equipe econômica. Após aprovada, quatro integrantes da pasta pediram exoneração dos cargos. O nome de Paulo Guedes ficou na berlinda e durante toda a sexta (22) houve expectativa de que ele deixasse o comando do ministério. Em entrevista, ao lado do presidente para desmentir a informação de que ele seria exonerado, o ministro disse que a ideia partiu da ala política do governo federal.
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