O presidente Jair Bolsonaro (PSL) tomou as rédeas da articulação política do governo federal, em afago ao chamado centrão, grupo informal capitaneado por DEM, PP, PSD, PL, PTB, PRB, Pros, Podemos, Solidariedade. Além da liberação de emendas parlamentares, autorizou a nomeação de cargos de segundo e terceiro escalão em empresas públicas federais. “Está distribuindo cargo de montão”, revelou um deputado gaúcho ao Congresso em Foco.
Nesta quarta-feira (17), o governo demitiu o superintendente dos Correios no Rio Grande do Sul, Romeu Ribeiro de Barros, após 49 anos de empresa. Nomeou no lugar de Romeu o superintendente executivo de estratégia, Hudson Alves da Silva. Na empresa, o governo acomodou o Democratas, partido com três ministérios na Esplanada. Em outra ação, a agrônoma Maíra Santos de Souza foi escolhida para chefiar o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, considerado um dos mais importantes refúgios de aves migratórias da América do Sul. Maíra é afilhada política do deputado Alceu Moreira (MDB-RS).
Bolsonaro rivaliza com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), principal fiador do centrão, grupo composto por 200 deputados federais e considerado um dos mais fortes do Congresso. Na mesma linha, Bolsonaro esvaziou as funções do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, criticado pela forma dura como trata os aliados. Na coordenação política, escalou o ministro-chefe da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos.
As medidas agradam o centrão, que ainda apostam na demissão de Onyx e na nomeação no lugar dele do atual secretário especial da Previdência e do Trabalho, Rogério Marinho, que conta com apoio de deputados aliados. “Marinho é habilidoso e sabe ouvir os parlamentares”, disse outro deputado do centrão.
Foram destacados para comandar a operação de liberação de emendas e cargos a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), e o ministro Luiz Ramos. A ordem é atender no que for possível as reivindicações dos partidos. Os atendidos passarão a responder diretamente às demandas por votos do Palácio do Planalto. Assim, o governo espera concluir a votação da reforma da Previdência na Câmara em 6 de agosto, sem nenhuma alteração nas regras já aprovadas em primeiro turno pelos deputados federais.
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