O presidente Jair Bolsonaro foi alvo de manifestação pública ao participar, nesta sexta-feira (8), da abertura de novas instalações do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) em Campinas (SP). Bolsonaro se preparava para discursar na abertura da 1ª Feira do Nióbio, quando foi interrompido por manifestantes na plateia.
A fala de Bolsonaro ocorre dia seguinte ao Congresso aprovar mudanças no Orçamento que permitiram retirar 92% da verba do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Veja a manifestação:
O ministro Marcos Pontes, que gere a pasta, ainda pediu para que as manifestantes se acalmassem. Bolsonaro ironizou e disse que sairia do palco assim que os manifestantes respondessem “quanto é sete vezes oito” e “qual a raiz quadrada de quatro.”
Na sua fala, Bolsonaro não falou diretamente sobre o corte das verbas, promovido após o Congresso Nacional aprovar as alterações orçamentárias pedidas pelo Ministério da Economia.
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Em nota enviada ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br) apontou críticas à mudança. “O argumento utilizado pelo Ministério da Economia afronta a comunidade científica e tecnológica: afirma que os recursos já transferidos para o MCTI não estão sendo utilizados”, disse. “Dá se com uma mão, para retirar com a outra. Nesse processo, agoniza a ciência nacional.”
Em vez disso, o presidente citou a possibilidade de um golpe antidemocrático (“Todo mundo achava que eu ia dar um golpe. Eu ia dar um golpe em mim mesmo?”), defendeu a candidatura de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF), e voltou a distorcer e mentir sobre dados e fatos relativos o meio ambiente. No dia em que o Brasil chego a marca de 600 mil mortos pela covid, o presidente insinuou que a pandemia foi “potencializada” no país, sem no entanto apresentar qualquer prova ou argumento.