Com uma caixa de hidroxicloroquina na mão, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o uso do medicamento no tratamento da covid-19. “Resolvi apostar, como se fosse um jogador”, disse em discurso na cerimônia de posse do general Eduardo Pazuello, que deixou a interinidade para ser ministro efetivo da Saúde. “Particularmente comecei a defender a hidroxicloroquina calcado também na experiência de médicos pelo Brasil que apostavam nela e tinham uma resposta através da sua observação.”
“Hoje estudos já demonstram que por volta de 30% das mortes poderiam ser evitadas caso, de forma precoce, fosse ministrada a hidroxicloroquina”, disse ele. O estudo citado pelo presidente já foi refutado e o tratamento da covid-19 com o medicamento não encontra amparo entre a comunidade científica.
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Depois de atritos com o ministro da Economia, Bolsonaro parabenizou Paulo Guedes nominalmente pelas medidas adotadas no combate à crise decorrente da pandemia. Ele voltou a criticar medidas restritivas adotadas por governadores e prefeitos. “Lamento, somos o país com o maior número de dias de lockdown nas escolas. Isso é um absurdo.”
Ao criticar a política de isolamento, ele afirmou ter alertado para o aumento da violência doméstica e do suicídio, por exemplo. “Eu não me acovardei, eu não me omiti”, disse ele sobre o fechamento do comércio. “Hoje nós vimos que essa questão poderia ter sido tratada de forma diferente, com um pouco mais de racionalidade. Entendo que muitos governadores foram tomados pelo pânico”. Segundo ele, esse sentimento teria sido insuflado pela imprensa.
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil já acumula 133.119 mortes por covid-19 e 4.382.263 casos confirmados da doença.
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