O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comprou carne de pescoço sem licitação para envio a indígenas na Amazônia durante a pandemia. Segundo denúncia publicada na terça-feira (16) pelo jornal O Estado de São Paulo, quase um milhão de reais foram gastos com cerca de uma tonelada de carne entre 2020 e 2022.
Cerca de vinte quilos de pescoço de frango foram adquiridos por R$ 5,2 mil, o que dá o valor de R$ 260 pelo quilo. No entanto, o alimento jamais chegou aos indígenas. A compra superfaturada foi efetuada em uma empresa localizada em Humaitá (AM) pela coordenação regional da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e incluía diversos tipos de carne e embutidos. O nome à frente da Funai na região era o capitão do Exército Cláudio da Rocha.
O administrador da empresa que vendeu a carne de pescoço, Herivaneo Vieira de Oliveira Junior, é filho do ex-prefeito da cidade, Herivaneo Vieira de Oliveira (PL). O político já foi detido em 2018 por ataques a órgão ambientais, conforme a reportagem.
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Os quilos de pescoço de galinha, que custa entre R$ 5 e R$ 10 em média nos mercados brasileiros, foram repassados aos indígenas da etnia Mura e aos funcionários da Funai que coordenavam uma missão em Manicoré, região localizada na floresta amazônica e alvo da operação que visava abastecer indígenas com comida e cestas básicas.
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