Após ser derrotado no plenário da Câmara dos Deputados na PEC do voto impresso, o presidente Jair Bolsonaro acusou que os parlamentares escolheram pela urna eletrônica por chantagem. A declaração foi dada aos apoiadores na manhã desta quarta-feira (11).
“Quero agradecer à metade do parlamento que votou favorável ao voto impresso. Parte da outra metade que votou contra que, entendo, votou chantageada, uma outra parte que se absteve. Dessa parte, alguns não votaram com medo de retaliação”, afirmou.
Para que a PEC fosse acatada, eram necessários, no mínimo, 308 votos a favor. No entanto, 218 deputados votaram contra o voto impresso. Outros 65 deputados se ausentaram ou abstiveram.
A derrubada da proposta em plenário foi a terceira derrota de Bolsonaro na Casa. Antes, havia sido rejeitada em duas votadas pela comissão especial.
Ainda sem provas, Bolsonaro voltou a afirmar que as eleições de 2022 não serão confiáveis. “Não tenho provas para falar aqui, não tenho provas, deixo bem claro, mas não furto do meu direito de opinar, da minha liberdade de expressão e de buscar maneira de aperfeiçoar o processo”.
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Para o presidente, a análise é de que metade do Parlamento quer “eleições limpas, democráticas”. “A outra metade, não é que não queiram… Ali tem gente que foi pressionada, ficou preocupada em, ao votar conosco, ser retaliada. Um recado para todo mundo: a maioria da população está conosco, está com a verdade. Se nós vivemos numa democracia, se está difícil lutar enquanto tem liberdade, depois que vocês perderem a liberdade vai ser impossível lutar”, disse aos apoiadores.
PublicidadeVotação dividida
Mesmo com a rejeição, Bolsonaro disse estar feliz com o Parlamento e que entende que foi uma votação “dividida”. Segundo ele, muitos deputados não puderam expressar, de fato, seus posicionamentos e dúvidas sobre o sistema eleitoral porque foram “chantageados”.
O presidente também agradeceu ao Congresso, que, segundo ele, “deu um grande recado ao Brasil”, e projetou maior apoio à implementação do voto impresso no futuro. De acordo com ele, o resultado mostra que parte do Legislativo, não acredita “100% na lisura dos trabalhos do TSE”.
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