O procurador-geral da República, Augusto Aras, concordou, nesta terça-feira (2), com um pedido da Polícia Federal e autorizou que o presidente Jair Bolsonaro deponha no inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal para apurar as denúncias do ex-ministro Sérgio Moro sobre suposta interferência do presidente na cúpula da PF.
Na manifestação, segundo registro do UOL, o PGR indicou o “deferimento do requerimento formulado pela autoridade policial [PF], de modo a serem cumpridas ‘as diversas diligências de polícia judiciária já determinadas pelas autoridades policiais que atuam na presente investigação criminal.”
Não há informações sobre data e local do depoimento. De qualquer forma, o presidente tem a prerrogativa de responder aos questionamentos por escrito. A medida ainda deverá ser autorizada pelo ministro relator do caso no STF, Celso de Mello.
Há algumas semanas o PGR vem sendo questionado sobre seu comportamento, tido por seus pares como protetivo com relação ao presidente. Para os críticos, Aras estaria em busca de uma vaga no STF.
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Na última sexta-feira (29), o PGR manifestou, por meio de nota, seu desconforto com o que chamou de “veiculação reiterada de seu nome para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF)”. A comunicação afirma que mesmo sendo “uma honra ser membro dessa excelsa Corte, o PGR sente-se realizado em ter atingido o ápice de sua instituição, que também exerce importante posição na estrutura do Estado”.
“Ao aceitar a nomeação para a chefia da Procuradoria-Geral da República, não teve o atual PGR outro propósito senão o de melhor servir à Pátria, inovar e ampliar a proteção do Ministério Público Federal e oferecer combate intransigente ao crime organizado e a atos de improbidade que causam desumana e injusta miséria ao nosso povo. O PGR considerar-se-á realizado se chegar ao final do seu mandato tão somente cônscio de haver cumprido o seu dever”, conclui.
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