O governo Bolsonaro tem sede de ditadura, asco de democracia e pavor de diversidade. Não há como negar essas verdades. O ataque as instituições é o modus operandi de um político que sempre esteve às margens, nas sombras do sistema democrático brasileiro.
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Quando capitão do Exército, desejou promover mudanças instalando uma bomba no quartel. O capitão elaborou um plano de implantar bombas em quartéis e outros locais estratégicos do Rio de Janeiro. “A intenção era demonstrar a insatisfação com os salários e criar problemas para o ministro (do Exército) Leônidas Pires Gonçalves”, diz matéria da revista Veja da época.
Quando deputado estadual, prometeu que fecharia o Congresso no primeiro dia. “Não há menor dúvida, daria golpe no mesmo dia!”. Isso foi dito pelo hoje presidente há um pouco mais de 20 anos. “O Congresso hoje em dia não serve pra nada, só vota o que o presidente quer. Se ele é a pessoa que decide, que manda, que tripudia em cima do Congresso, dê logo o golpe, parte logo para a ditadura”, afirmou Jair Bolsonaro.
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Quando deputado federal, defendeu torturadores e ditaduras. A defesa de Ustra, um dos mais sanguinários e cruéis torturadores da ditadura brasileira, estarreceu parte da população brasileira durante o julgamento de impeachment de Dilma Rousseff. “Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e por Deus acima de tudo, o meu voto é sim”, disse em 2016.
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Quando candidato a presidente, defendeu uma bomba no Congresso. “Se caísse uma bomba H no Parlamento, pode ter certeza, haveria festa no Brasil”, disse Bolsonaro em sabatina na Band durante as eleições.
Quando mandatário da República, defendeu manifestações contra a democracia. Essa foi a mais recente, mas não a única e certamente não a última.
Cada vez que Bolsonaro ataca a imprensa, ele ataca a democracia. Cada vez que ele ataca as organizações não governamentais, ele mina a democracia. Cada vez que fala em metralhar a petralhada ou que esquerdista não é pessoa normal, ele corrói a democracia. Bolsonaro tem um projeto de poder e nesse projeto, a democracia não faz morada.
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Ele é o presidente do caos, do medo, da insegurança, do ódio, do rancor, do contra-ataque, menos do sistema democrático de direito. Jair é um menino humilhado por sua história e pequenez, que encontrou no poder uma maneira de impor sua vontade. Assim como uma criança que esperneia no mercado para conseguir o que deseja, Bolsonaro tenta, através das ofensas, conquistar o poder absoluto, pois é incapaz de trabalhar com base no diálogo.
Mas um menino que muito esperneia, pode conseguir o que deseja se seus responsáveis não tiverem o mínimo de firmeza necessária. Nós somos os responsáveis por Jair, nós o colocamos lá, mesmo quem não votou nele. Nós temos que para-lo, antes que ele nos pare.
Não se engane em achar que essa é uma missão fácil. Não se trata de impeachment de um presidente altamente popular. Não se trata de manifestações violentas e revolucionárias contra um governo cheio militares e altamente autoritário. Se trata de impor a esse homem que está ocupando um cargo temporário no comando do país, a disciplina que seus pais, o Exército e a liturgia do cargo falharam em lhe dar.
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Essa disciplina se da através de manifestações pacíficas nas ruas e nas redes sociais, campo que o bolsonarismo leva mais a sério do que o mundo real. Essa disciplina se dá cobrando que o deputado que você elegeu, o senador, o governador, o vereador, o prefeito, o presidente de cada uma dessas Casas e os ministros do Supremo Tribunal Federal, repudiem os atos deste transgressor contumaz dos limites que lhe são impostos pela Constituição Federal.
A imprensa está aqui para noticiar os fatos e como um autoritário de meia tigela, Bolsonaro não aguenta lidar a verdade e com as críticas. Ele não sabe ouvir não. Nesta quinta (27), inclusive, fez uma live onde atacou os “nãos” recebidos do Congresso, Judiciário e imprensa.
Na mesma transmissão, Bolsonaro confessou que não tem capacidade de fazer articulação política e nem de governar um país tão grande como o Brasil. Um presidente que confessa sua pequenez desta maneira e que não esconde seu viés autoritário, precisa ser contido pelos pesos e contrapesos que a democracia nos fornece.
Bolsonaro é o agora e tem que ser parado para que não seja o amanhã. Mas as marcas do bolsonarismo ficarão, de uma maneira ou de outra. É o preço que a própria democracia cobra. De toda maneira, isso tem que ser feito dentro do campo democrático, caso contrário, nos igualaremos a ele e eu não estou nem um pouco afim de descer tão baixo.
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