A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um comunicado, na noite desta segunda-feira (5), alertando para os riscos da automedicação e do uso de remédios sem orientação profissional.
Apesar de não citar nenhum caso específico, a manifestação se deu após um salto do número de reações adversas ao uso de cloroquina e hidroxicloroquina para um suposto “tratamento precoce” de covid-19.
Segundo reportagem publicada nesta segunda pelo jornal “O Globo”, o país já registrou nove mortes por uso indiscriminado de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina e azitromicina, integrantes do “kit covid” promovido pelo presidente Jair Bolsonaro.
Apesar de ser comprovadamente ineficaz contra o coronavírus, o coquetel de medicamentos contou com intensa promoção estatal. Segundo o jornal, em um ano, o número de efeitos adversos causados pelo uso de cloroquina saltou 558%.
Leia a íntegra do comunicado da Anvisa:
“Todo medicamento apresenta riscos associados ao seu consumo e seu uso deve ser baseado na relação benefício-risco, ou seja, os benefícios para o paciente devem superar os riscos associados ao uso do produto”, escreve a agência. “Essa avaliação deve ser pautada em critérios técnico-científicos, de acordo com as características do paciente e do conhecimento que se tem sobre a doença.”
A agência reguladora, responsável pela liberação do uso de medicamentos no país, também ressalta que o uso excessivo, indevido ou o subuso de medicamentos resulta em riscos para a saúde.
A Anvisa afirma que acompanha casos de eventos adversos supostamente ligados à vacinação e ao uso de medicamentos no país, mas pede que profissionais de saúde e cidadãos avisem a agência destes casos.
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