A decisão tomada por DEM e MDB de sair do bloco partidário comandado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL) deixou claro um movimento que já era costurado há meses pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado do DEM do Rio de Janeiro quer garantir que o seu sucessor seja alguém aliado a ele e independente do governo.
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Mesmo entre os partidos do Centrão que se aproximaram recentemente do governo (Republicanos, PL, PP e PSD), há o desejo de descolar a imagem da do presidente Jair Bolsonaro. Um dos vice-líderes do Republicanos disse ao Congresso em Foco que a bancada vai “manter a postura de independência” e uma “relação de diálogo e votando naquilo que acredita”.
A legenda, assim como o PSDB e o PSL, já havia saído do bloco comandado por Lira há algumas semanas, antes mesmo do DEM e MDB tomarem a mesma decisão.
O partido tem entre seus filiados o senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro. A sigla pretende concorrer à presidência da Câmara com o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP), presidente nacional do partido e vice-presidente da Câmara.
Por meio de nota, Maia negou que a saída do DEM e do MDB tenha relação com eleição para o seu sucessor. “Julgo importante esclarecer que a formação e desfazimento dos blocos no início de cada sessão legislativa é prática reiterada na Câmara dos Deputados”.
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Maia negocia com PSDB, MDB e Cidadania posição unificada
Rodrigo Maia tem como aliados próximos o MDB, PSDB, Cidadania e a ala do PSL ligada ao presidente da sigla, Luciano Bivar.
Entre os partidos aliados a Maia, os nomes que despontam como pré-candidatos são os do presidente do MDB e líder da sigla, Baleia Rossi (SP), e do deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), que liderou o partido em 2019.
Procurados pelo Congresso em Foco, ambos disseram que a eleição interna da Câmara não está sendo discutida agora. “Não vamos discutir no MDB sucessão agora”, disse Baleia Rossi.
“Ninguém é candidato de si mesmo. Acho que essa discussão só vai se iniciar depois do 2º turno das eleições municipais. O Rodrigo é que vai ‘startar’ esse processo”, declarou Elmar Nascimento.
O líder do PSDB, Carlos Sampaio (SP), também afirmou que é cedo para discutir o assunto, mas declarou que o PSDB está próximo do DEM, do MDB e do Cidadania. “É muito cedo para discutirmos a sucessão que só ocorrerá em fevereiro do ano que vem. Mas, sem dúvida, esse time tem conversado bastante sobre vários temas e há uma identidade muito forte de propósitos”.
PSD diz que não vai sair do bloco comandado por Arthur Lira
O líder do PSD na Câmara, Diego Andrade (MG), disse ao Congresso em Foco que a sigla vai se manter no bloco partidário liderado pelo deputado Arthur Lira (PP-AL).
O grupo foi formado no início de 2020 para escolher os membros da Comissão Mista de Orçamento (CMO). PSDB, PSL e Republicanos já desembarcaram do bloco. DEM e MDB anunciaram que também vão sair.
Hoje o bloco é composto por PP, PSD, PL, Solidariedade, PTB, Pros e Avante. Apesar de ainda estarem no grupo, PTB, Pros e Solidariedade indicam que preferem marchar sem os outros partidos liderados por Lira e apoiar um nome independente do governo para a presidência da Câmara.
Mesmo próximo do presidente Jair Bolsonaro e no comando de estruturas importantes como a Funasa e o Ministério das Comunicações, o PSD ainda tem diálogo aberto com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, deputado licenciado do PSD do Rio Grande do Norte, promoveu dois encontros nas últimas três semanas entre Maia e o ministro da Economia, Paulo Guedes. Maia e Guedes estavam distantes durante todo o período da pandemia e a reaproximação foi patrocinada por Faria.
O ministro tem sido apontado como um possível candidato para a sucessão de Maia. Ele afirmou ao Congresso em Foco que a chance de isso acontecer é “zero” e que a eleição para a Câmara é um “assunto fora da pauta”.
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