O presidente Lula participou neste 1º de Maio de evento em comemoração ao Dia do Trabalhador organizado pelas centrais sindicais no estádio do Corinthians, em São Paulo. Em pouco menos de 20 minutos de discurso, o presidente tocou em pontos relacionados à atuação direta do governo, mas também à articulação política com o Congresso e com as eleições de 2024.
Leia abaixo os destaques do Congresso em Foco sobre a fala do presidente:
Imposto de renda
O presidente aproveitou o Dia do Trabalhador para assinar a sanção da nova tabela para o imposto de renda, que isenta as pessoas que ganhem até dois salários mínimos por mês, o que hoje equivale a R$ 2.800. Reiterou a promessa de que, até o final do governo, pretende ampliar esta faixa de isenção para até R$ 5.000.
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- “Até o final do meu mandato, até R$ 5.000 [de renda], as pessoas não pagarão imposto de renda. A palavra continua de pé.”
Viva o Congresso…
Lula dedicou parte do seu discurso a fazer um “reconhecimento” ao Congresso. Disse que, pela cobertura midiática, parece que há uma “guerra” entre governo, Câmara e Senado, mas que os projetos são aprovados “de acordo com os interesses que o governo queria”.
- “A gente [bancada de deputados progressistas] não chega a 140 deputados, de 513”.
- “Até hoje, todos os projetos que nós mandamos para o congresso foram aprovados de acordo com os interesses que o governo queria. […] isso por competência dos ministros, por competência dos deputados, que aprenderam a conversar em vez de se odiarem”
De acordo com a ferramenta Radar do Congresso, hoje o Senado vota com o governo em 73% das vezes, enquanto a Câmara tem um governismo de 80%.
…mas nem tanto
Pouco depois, porém, Lula defendeu o veto que fez ao projeto de lei que prorrogava a desoneração da folha, benefício fiscal que atingia 17 setores da economia, contrariando a decisão dos parlamentares. Depois de idas e vindas entre governo e Congresso, a desoneração hoje está em análise no Supremo Tribunal Federal. O ministro Cristiano Zanin suspendeu o benefício até que o plenário da Corte decida a respeito do assunto.
- “Agora, vocês viram que eu vetei o projeto de lei que desonera 17 setores”
- “A gente faz desoneração quando o povo pobre ganha. […] No nosso país não haverá desoneração para favorecer os mais ricos, e sim para favorecer aqueles que trabalham e vivem de salário”.
Também é expressivo que, embora tenha feito um aceno ao Congresso, Lula não chegou a citar nominalmente nenhum dos presidentes das casas legislativas, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O presidente ainda elogiou os ministros de Estados presentes – entre eles Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, chamado por Lira de “desafeto”.
Voto em Gulherme Boulos
Lula foi explícito: pediu que os paulistanos votem em Guilherme Boulos (Psol) para prefeito de São Paulo. Também indicou que a disputa é nacionalizada, dizendo que Boulos vive uma “guerra” e enfrenta adversários nas esferas nacional e estadual também.
- “Esse rapaz, esse jovem [Boulos], está disputando uma verdadeira guerra aqui em São Paulo. Ele tá disputando com o nosso adversário nacional [o ex-presidente Jair Bolsonaro], está disputando contra o nosso adversário estadual [o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas], está disputando contra o nosso adversário municipal [o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes]”
- “Tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”