O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), teve uma série de encontros com parlamentares e prefeitos em Brasília nos últimos dois dias. Um dos principais pontos tratados em sua passagem pela capital foi a reforma tributária. Zema afirmou nesta quarta-feira (29) que a bancada de seu estado apoiará o texto que sair do grupo de trabalho na Câmara, e cobrou agilidade para que a reforma seja aprovada.
“O Brasil precisa de várias reformas, dentre elas a reforma tributária, que vai simplificar a vida de quem trabalha e de quem gera emprego. Minas está apoiando totalmente essa reforma, que no meu entender já até deveria ter sido realizada anteriormente”, defendeu Zema. O deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), líder da bancada mineira na Câmara, reafirmou o apoio.
De acordo com Zema, o atual modelo tributário brasileiro não corresponde às demandas do pacto federativo, e a reforma é o caminho mais apropriado para melhor adequar a economia brasileira ao pacto. “O Brasil é um país que carece de melhorias na governança. Muitos recursos vêm para Brasília, e nós acabamos assistindo a uma romaria de prefeitos aqui pleiteando recursos, recursos que no meu entender deveriam ficar diretamente nas cidades”, afirmou. Nessa terça-feira, o governador participou da Marcha dos Prefeitos, onde esteve em contato com os representantes municipais.
Leia também
O chefe de governo mineiro também ressalta que a reforma tributária pode servir de escudo para os prefeitos contra os impactos de divergências políticas com governadores ou com a União. “Muitas vezes, os prefeitos têm de se envergar, de se submeter a interesses políticos que poderiam ser evitados. (…) Apoio a linha de ação de que precisamos de mais cidades, menos estado e principalmente menos governo federal no Brasil”, apontou.
A reforma defendida por Zema é a que cria o Imposto sobre Valor Agregado (IVA), tributo único que deverá substituir todos os atuais impostos municipais, estaduais e federais sobre o consumo. “Ela é uma reforma que simplifica muito a vida de quem trabalha. Isso é algo extraordinário: vai eliminar uma série de dúvidas. Há interpretações distintas sobre a incidência do ICMS, do ISS, do PIS, do Cofins em diversos produtos. Isso gera uma paralisia. Isso vai dar uma certa segurança para quem trabalha”, argumentou.
Zé Silva acrescentou que o requisito para a preservação desse apoio da bancada mineira é que a reforma não aumente a carga tributária sobre a população, pauta também defendida pela maioria do grupo de trabalho. Dentro do grupo, a influência de Minas Gerais se restringe a dois deputados, incluindo seu presidente Reginaldo Lopes (PT). Minas Gerais conta com a segunda maior bancada estadual, de 53 deputados, representando uma base de apoio de peso em uma futura votação.
Publicidade