Atual reduto do presidente da República, o Partido Liberal, do Valdemar Costa Neto, recebeu a filiação de pelo menos quinze deputados aliados do chefe do Executivo. A cerimônia aconteceu em Brasília, na sede do partido, neste sábado (12) e contou com a presença de Jair Bolsonaro.
Entre os novos integrantes do partido estão Coronel Tadeu (SP), Sanderson (RS) e Hélio Lopes, conhecido como Hélio Negão (RJ). Também é esperada a ida da deputada Bia Kicis (DF) e Carla Zambelli (SP). Todos integravam o União Brasil, partido originário da fusão do Democratas com o PSL.
Bolsonaro se filiou ao partido em 30 de novembro do ano passado. No mesmo dia, o filho zero-um, senador Flávio Bolsonaro (RJ), também assinou a ficha de filiação. Os parlamentares aproveitam a janela partidária, período de troca de partido sem perder o mandato. O prazo teve início em 3 de março e vai até o dia 1º de abril.
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Entre os migrantes, o partido se prepara para receber grande parte da ala de deputados bolsonaristas do PSL, hoje, União Brasil. A expectativa é que na próxima terça-feira (15), o PL siga filiando parlamentares que desejam seguir Bolsonaro.
Perda do União Brasil
Atualmente com a maior bancada da Câmara, o partido União Brasil, que está em seu primeiro ano de atuação, estima perder pelo menos 28 dos seus 81 deputados. O número estipulado pela diretoria do partido é baseado na bancada que já existia no PSL, ex-partido do presidente Jair Bolsonaro. A presidência da sigla prevê que aqueles que foram eleitos com o chefe do Executivo deixem a legenda neste período.
“Acredito que a gente possa ultrapassar 53 [deputados] com mandatos. Isso não tem nenhuma implicação para o partido porque 53 é o lucro original do PSL. Nós esperamos eleger 70 em outubro”, disse o presidente Luciano Bivar ao Congresso em Foco.
PublicidadeHoje o União Brasil possui 81 deputados e contabiliza o maior número de cadeiras na Câmara. Logo atrás, encontra-se o PT, com 43 deputados e o PL, em seguida, com 43.
Bolsonaristas no partido
Antes mesmo da janela partidária aberta, o Partido Liberal já havia recebido as filiações de alguns dos aliados do presidente Bolsonaro. A médica e secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, se filiou à sigla em fevereiro. Mayra ficou conhecida como “Capitã Cloroquina” por defender, desde o início da pandemia, uso de medicamentos comprovadamente ineficazes no combate à Covid-19. Ela deverá concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.
No mesmo dia, o comandante da Força Nacional de Segurança Pública, coronel Aginaldo de Oliveira, marido da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), também se filiou.