A Virada Parlamentar Sustentável 2024 realiza nesta quinta-feira (4) a palestra “Crise Ambiental e Democracia: Ferramentas para o Diálogo”. A ação foi antecedida pela homenagem ao ativista ambiental Chico Mendes no auditório Freitas Nobre da Câmara dos Deputados. Ainda nesta semana, o grupo promoveu duas audiências públicas na Casa, uma sobre o desmatamento da Amazônia e outra sobre mudanças climáticas.
Acompanhe a palestra:
Leia também
Iniciativa do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), em parceria com a Frente Parlamentar Ambientalista, presidida por Nilto Tatto (PT-SP), e a Frente Parlamentar pela Transição Climática Justa, presidida por Socorro Neri (PP-AC), a Virada Parlamentar se engaja com temas associados à Câmara e ao meio ambiente. Um exemplo é a atuação do grupo na reforma tributária com a coalizão Reforma Tributária 3S, que reivindica projetos de regulamentação saudáveis, solidários e sustentáveis.
Segundo as entidades que organizam a palestra, o Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), Embaixada Politize! Brasília e Centro de Formação da Câmara dos Deputados (Cefor), o evento da Virada Parlamentar pretende explorar estratégias para aprimorar o diálogo sobre a crise climática e mitigar os embates ideológicos e discussões que possam surgir. Para tal, a palestra destaca a importância das técnicas de Comunicação Não-Violenta (CNV) e a Teoria U para unir diferentes partes interessadas em objetivos comuns.
Comunicação Não Violenta
Ana Paula Inglêz, membro da Embaixada Politize! Brasília e pesquisadora chefe do projeto FIB 2030 para implementação da Agenda 2030 da ONU e da Felicidade Interna Bruta, aponta a comunicação não violenta como um possível caminho para estabelecer o diálogo durante a gestão da crise ambiental.
“A crise ambiental é imediata e demanda novas ferramentas de diálogos. Será que as divergências são tão profundas que não podemos conversar?”, questiona a palestrante.
A técnica criada pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg pretende compreender e aceitar a pluralidade de ideias e pensamentos, além de compreender as diferentes origens dos interlocutores por meio da empatia. De acordo com a pesquisadora, o uso dela nas discussões sobre crise ambiental podem proporcionar uma negociação mais efetiva.
Teoria U
Com pontos em comum com o método da comunicação não violenta, a Teoria U, fundada por Otto Scharmer, implica a própria reflexão do interlocutor, em um trabalho interior. A ferramenta tem como bases a escuta ativa, a compreensão profunda e o diálogo transformador para resolução de conflitos.
O pesquisador Armando Kokitsu, membro da Embaixada Politize! Brasília e diretor regional da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica, aponta que o método pode ser eficaz nas discussões ambientais a fim de minimizar conflitos entre as partes interessadas.
“Às vezes é um pouco difícil ter essa conversa sobre a questão ambiental com as diferentes partes, mas é necessária. Assim, a Teoria U também é uma técnica de liderança e é baseado em movimentos da sociedade civil, na tradição de Martin Luther King Jr, Mahatma Gandhi e Nelson Mandela”.
Deixe um comentário