Única parlamentar com pedido de indiciamento no relatório final da CPMI dos Atos Golpistas, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi repreendida pelo presidente da comissão, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA). Durante a reunião que resultou na aprovação do relatório final, nesta quarta-feira (18), Zambelli afirmou que estava sendo atacada com discursos de ódio nas redes sociais. Para exemplificar, a deputada leu comentários de baixo calão publicados em suas redes sociais, segundo ela, após o anúncio do pedido de indiciamento. “Eu vou ter que quebrar o decoro, mas estou lendo o comentário: ‘tchau pistoleira, vai para a cadeia m… a r… do teu presidente genocida…’”, disse a deputada. Veja o vídeo:
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O presidente da CPMI repreendeu Zambelli por reproduzir os palavrões e pediu que ela contivesse sua fala e respeitasse a comissão. “Isso aqui não é lugar de se falar pornografia. A senhora, por favor, contenha a sua fala e respeite esse ambiente. Eu quero dizer que todos nós que somos pessoas públicas e que temos redes sociais estamos sujeitos a sermos ofendidos. Isso não nos dá o direito de vir para cá, para um ambiente de uma CPMI transmitida em rede nacional de televisão, e falar palavras de baixo calão”, afirmou.
Zambelli então alegou que estava apenas lendo comentários, que, segundo ela, foram feitos por esquerdistas. A CPMI aprovou o pedido de indiciamento da deputada pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Zambelli reclamou, durante as discussões, que não teve direito à defesa nem de apresentar à CPMI sua versão dos fatos envolvendo a reunião entre Bolsonaro e o hacker Walter Delgatti Neto. Segundo Delgatti, ela pagou a ele para invadir o sistema do Judiciário e para obter informações que pudessem incriminar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.