Em discurso inflamado na reunião da CPI da Covid desta terça-feira (13), o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), disparou contra Jair Bolsonaro e senadores da base do governo. O senador ficou irritado com a recusa da diretora da Precisa Medicamentos, Emanuele Medrades, de não responder aos questionamentos dos membros da comissão por estar amparada por um habeas corpus. Aziz acabou interrompendo a reunião para entrar com um embargo no STF para que não fosse acusado de “arbitrariedades”, como no caso da prisão de Roberto Dias, ex-membro do Ministério da Saúde acusado de cobrar propina de um dólar por dose da Covaxin.
“Abuso de autoridade são as mortes, é omissão, é ser complacente com governo que não tem um milímetro de solidariedade”, disse. O senador continuou: “Um presidente motoqueiro, que ao invés de ir aos estados e municípios e visitar um hospital ou uma família que perdeu ente querido vai assacar contra os adversários”, defendeu. Omar Aziz afirmou ainda que Bolsonaro é “agressor de mulheres e que adora agredir mulheres, mas gosta de andar de moto. Grande motoqueiro o Brasil tem, péssimo presidente o Brasil tem”.
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Mais cedo, Omar Aziz disse que a CPI entraria com uma investigação no Ministério Público sobre desobediência ao habeas corpus por parte da executiva. “É uma pena que o Brasil, com mais de 534 mil mortos, a gente não consiga investigar o mínimo. Ontem foi ouvida na Polícia Federal, na véspera, é concedido habeas corpus. Não querem investigar porque que é que não compramos vacina”, disse.
O senador aproveitou para alfinetar parlamentares da tropa de choque do governo que se mobilizaram durante a prisão de Roberto Dias. “Eu vi aqui uma correria quando aquele cidadão que está envolvido em tudo que é treta no Ministério da Saúde, quando foi dada voz de prisão a ele. Era uma correria do governo até ir lá aonde ele estava detido, membros do governo e aliados do presidente foram lá se solidarizar com uma pessoa que foi exonerada por indício de corrupção. Quem foi lá foi quem defende o governo Bolsonaro aqui dentro”, apontou.
PublicidadeE como se não bastasse, seguiu Aziz, “depois as forças armadas soltam uma nota desproporcional contra mim. Não me intimidam nós vamos investigar. Senhora Emanuele, estou falando para a senhora que iremos tomar estas atitudes caso a senhora não responda”.
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