Na tarde desta quarta-feira (27), o deputado Glauber Braga (Psol-RJ), presidente da Comissão de Legislação Participativa, anunciou em plenário que está abrindo mão da função. Ele também afirmou que pretende abrir mão de prerrogativas no processo em que responde no Conselho de Ética da Casa desde o mês de abril, abrindo terreno para uma eventual cassação.
Glauber Braga responde por denúncia de quebra de decoro ao ter expulsado um militante do Movimento Brasil Livre (MBL), Gabriel Costenaro, de dentro do Anexo 2 da Câmara, onde ficam as comissões. Ele alega ter sido provocado pelo visitante, que teria abordado em uma audiência e direcionado ofensas à sua mãe, Saudade Braga, que estava internada por problemas respiratórios, e viria a morrer no mês seguinte.
A abertura do processo contra Glauber Braga foi rapidamente aprovada após apresentação no Conselho de Ética. O parlamentar atribui a agilidade a uma suposta perseguição promovida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com quem possui um longo histórico de rivalidade. A tese de perseguição é a principal linha argumentativa da sua defesa.
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Na audiência desta quarta, em que foram ouvidas as testemunhas de defesa, quatro dos seis nomes apresentados pelo deputado foram vetados pela Mesa Diretora do colegiado. Foram ouvidos apenas a deputada Luiza Erundina (Psol-SP) e o secretário parlamentar Fábio Gripp da Costa, coordenador administrativo do gabinete de Glauber Braga.
Após a reunião, o deputado foi ao plenário para anunciar que abriria mão das demais testemunhas, permitindo regimentalmente que o relatório possa ser votado no próximo encontro do Conselho.
“Hoje a minha mãe faz 76 anos, a minha mãe que perdi no mês de maio. (…) Hoje, mais uma vez, fui alvo de dois provocadores, já munidos de celular, preparados nos corredores da Câmara dos Deputados. Isso para mim já passou de todos os limites. Eu não vou fingir que sou uma pessoa que não sou até que esse processo seja deliberado por esse plenário. Eu não vou fingir uma não-reação ou indignação quando esse tipo de atitude é realizada evidentemente para me desequilibrar e fazer com que esse processo venha o mais rapidamente possível para o plenário”, declarou.
Deputados com relatório pela cassação aprovado no Conselho de Ética têm direito a um recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes da votação em plenário caso avaliem que houve violação processual. Glauber disse que também estaria abrindo mão dessa prerrogativa, e agradeceu o apoio de movimentos sociais e o testemunho da deputada Luiza Erundina em defesa da sua permanência no mandato.