O senador Telmário Mota (PROS-RR) anunciou que pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) o impeachment do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, por sua política de rompimento de relações entre o Brasil e a Venezuela. As intenções do senador foram apresentada em carta, enviada nesta segunda-feira (7) ao presidente da República, Jair Bolsonaro.
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A íntegra do pedido pode ser lida aqui. As representações devem ser feitas junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) e diretamente à Suprema Corte, por crime de responsabilidade de ministro de Estado. Telmário também comunicou que pretende investigar as movimentações financeiras de Araújo.
Na carta de 10 páginas, Telmário aponta que a política de deterioração entre as relações das repúblicas traz prejuízos diretos a Roraima, que guarda parte importante fronteira entre os dois países. “São preocupantes as crescentes hostilidades da parte do Chanceler Ernesto Araújo para com o governo da Venezuela”, escreveu o senador, que completou: “O quadro atual, que já é desfavorável aos negócios, será agravado absurda e desnecessariamente com a escalada de medidas provocativas, irresponsáveis e contrárias ao interesse nacional de parte do chanceler.”
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É pelo estado que passa a única estrada que conectam os países, em Pacaraima; e também por ali a Venezuela enviava, até 2019, energia elétrica aos estados de Amazonas e Roraima, que não estão ligados ao sistema elétrico brasileiro. Hoje os estados são alimentados por usinas termelétricas, o que torna a conta de luz dos estados uma das mais altas do país.
PublicidadeSegundo o senador, as ações de Ernesto à frente da pasta não representam o interesse nacional. “As relações internacionais não são lugar para manifestações ideológicas quixotescas, mas de acentuado, prudente e responsável pragmatismo’, anotou o parlamentar, que relembrou da estabilidade das relações entre as nações, que remontariam à ditadura militar, no governo do general Emílio Garrastazu Médici.
Telmário se elegeu senador em 2014 pelo PDT, mas é do PROS, partido que não dá apoio ao atual governo de Nicolás Maduro na Venezuela. Em sua carta, o senador também não demonstra confiança na outra alternativa de poder no país.
“Não será o caricato senhor Juan Guaidó, autoproclamado Presidente de um imaginário e inexistente governo, que assegurará o fornecimento de calcário para a agricultura roraimense, nem energia, nem fornecerá os documentos necessários às transações comerciais no solo venezuelano, nem assegurará os direitos dos brasileiros que vivem no país vizinho”, escreveu.
Desde janeiro de 2019, quando se autoprolamou presidente da república bolivariana, Juan Guaidó teve apoio de diversas nações europeias, dos EUA e do Brasil, que o reconhecem como líder do governo. O comando do país, porém, continua nas mãos de Maduro, que ainda detém controle sobre o Judiciário e o Exército local.
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